México ensaia retaliações aos EUA no comércio agro

Um movimento anunciado recentemente por diplomatas mexicanos pode ser o precursor do que pode acontecer nos próximos meses com o comércio de commodities, a deflagração de verdadeira guerra comercial do México com os Estados Unidos. Primeiro foi o embaixador mexicano no Brasil, Eleazar Veslaco Navarro, que prometeu liberar a importação de arroz.

Depois foi a vez de autoridades mexicanas anunciarem compras de limões da Argentina. A decisão afeta diretamente os agricultores da Califórnia, que fornecem mais de 10.000 toneladas da fruta para o México. Em outra frente de retaliação, a compra de milho da América do Sul é, a cada dia, uma alternativa mais discutida naquele país.

Para Mike Zuzolo, presidente da Global Analytics & Consulting, do Kansas, este assunto será muito discutido por analistas de grãos nos próximos 30 dias, especialmente quando se saiba a velocidade do plantio de milho nos Estados Unidos. Na sua opinião, o México tentará mostrar suas cartas para o caso de a administração Trump confirmar uma sobretaxa fronteiriça.

“A minha percepção é de que o México quer ter um plano de ação, caso o discurso da administração Trump sobre um imposto de fronteira se torne algo mais sério. No entanto, eu sou um dos que acredita que, olhando como um analista falando a clientes, a resistência ao plano de Saúde do presidente Trump é uma boa indicação de que essas propostas serão muito difíceis de avançar contra os nossos principais parceiros comerciais”, disse Zuzolo ao Portal Agriculture.com.

O analista mexicano Alfonso García Araneda, diretor da Gamaa Derivativos na Cidade do México, disse que ainda é importante descobrir qual o tamanho da safra sul-americana de milho para saber o volume a ser importado pelo México. “Uma colheita massiva na América do Sul, particularmente no Brasil, acrescentada a apreciação do dólar, vai facilitar e baratear a importação de produtos, uma vez que o Peso Mexicano avançou 15,03% desde Janeiro”, disse Araneda.

 

Fonte: Agrolink

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