Mercado mantém valorização lenta do arroz

Por Cleiton Evandro dos Santos / AgroDados

 

Os preços médios do arroz em casca no Rio Grande do Sul mantiveram a trajetória de recuperação em maio de 2018, porém ainda mais lentamente do que o necessário. O indicador de preços da saca de arroz de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul (58 x 10) registrou valorização de 3,73% no mês, para R$ 37,56, em relação aos R$ 36,17 registrados no dia 2 de maio: R$ 1,49. Em dólar, no entanto, os preços recuaram US$ 0,15 para US$ 10,04, em função da valorização da moeda estadunidense frente à moeda brasileira.

O mês foi marcado pelo vencimento de contratos de financiamento – queixas de alguns financiadores quanto ao aumento da inadimplência. Uma pequena parte dos produtores ainda resiste na expectativa da valorização do grão brasileiro. Ao mesmo tempo, as exportações foram afetadas negativamente pela paralisação de caminhoneiros, com dois navios que deveriam ter zarpado permanecendo no porto (ou na fila), à espera de grãos.

O mês também foi marcado pela participação de arrozeiros no movimento dos caminhoneiros. Parte dos produtores deixaram as manifestações antes do final do mês em virtude de atos de violência, perda da representatividade do movimento, mudança das pautas e apropriação dos protestos por grupos políticos.

A comercialização segue bastante lenta. Os produtores que podem vendem soja e seguram o arroz para comercializar o mais tarde possível à espera de renda. Com a conclusão das colheitas das áreas de arroz e soja, boa parte dos produtores está envolvida na fase final dos preparos antecipados das áreas e plantio de pastagens, em maior volume, ou de cobertura de inverno, em menor percentual.

As cotações devem continuar subindo em junho

A desvalorização do real diante do dólar favorece as exportações brasileiras e dos seus concorrentes do Mercosul, que também vivem o mesmo fenômeno, mas também devem trazer impacto no custo de produção, em especial nos insumos.

Beneficiado

A comercialização de arroz beneficiado foi prejudicada pela paralisação dos transportadores, com  atraso previsto de 15 a 20 dias para regularizar o processo de entrega. Algumas empresas divulgaram notas informando os problemas e suspenderam vendas. O recebimento de produto também atrasou, o que deve represar um pouco mais a valorização do grão ao agricultor.

Mercado

A corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 36,50 a saca de arroz de 50 quilos, em casca (58 x 10) no Rio Grande do Sul, e R$ 78,00 para a saca de 60 quilos (branco, Tipo 1). O canjicão segue valorizado para a exportação, em R$ 53,50; a quirera permanece estacionada em R$ 53,00 (ambos em 60 quilos) e o farelo de arroz fica em R$ 420,00 (tonelada).

Preço ao consumidor

A ânsia dos consumidores na formação de estoques alimentares durante a paralisação dos caminhoneiros afetou os preços do arroz nas gôndolas dos supermercados. A redução nos estoques e nas variedades oferecidas nos supermercados elevou os preços entre 10% e 15%. Além disso, acabaram as ofertas abaixo de R$ 10,00 que se via comumente nos varejistas das capitais e grandes cidades. A valorização média ficou entre R$ 1,00 e R$ 2,00.

 

Fonte: Planeta Arroz

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