Mercado de trabalho no agro encolheu 3,90% de 2016 para 2023, mas formalização aumentou 6,80%

Imagem de ojosujono96 no Freepik

O mercado de trabalho no agronegócio, levando-se em conta a agropecuária e a agroindústria, encolheu entre 2016 e 2023, com a perda de 558.000 postos de trabalho, ou uma contração de 3,90%, aponta estudo divulgado hoje pela FGV Agro. No 2º trimestre de 2016, haviam 14.34 milhões de pessoas ocupadas, e, no mesmo período de 2023, cerca de 13.78 milhões.

A agropecuária perdeu 889.200 ocupações (- 9,60%), queda puxada tanto pela agricultura (- 9,70%, ou – 583.300) quanto pela pecuária (- 9,50%, ou – 306.000).

Já a agroindústria, segundo a FGV Agro, gerou 331.200 postos de trabalho (aumento de 6,50%), o que não foi, porém, suficiente para compensar a queda registrada pela agropecuária. A geração de vagas na agroindústria foi derivada tanto do segmento de produtos alimentícios e bebidas (+ 18,20% ou + 294.200) quanto do segmento de produtos não-alimentícios (+ 1,10% ou + 37.100).

Apesar da contração, a FGV Agro estima que houve um aumento da qualidade dos postos de trabalho, pois a queda da população ocupada no período foi causada, exclusivamente, pela redução nos postos informais de trabalho, na base de – 10,30%, ou – 924.300. “As vagas formais, por sua vez, registraram um aumento de 6,80%, o que corresponde a 366.300 novos postos de trabalho”, informa o estudo, acrescentando que no 2º trimestre de 2023, o agro registrou o maior número de pessoas ocupadas em vagas formais (5.7 milhões) e a maior taxa de formalidade (41,50%) para o 2º trimestre, considerando toda a série histórica disponível, iniciada em 2016.

“Ou seja, o mercado de trabalho no universo agro ficou menor ao longo do tempo, porém, com maior qualidade, uma vez que os profissionais formalizados possuem maiores direitos trabalhistas, maior estabilidade e melhores remunerações”, indicou a FGV Agro.

O aumento da qualidade do mercado de trabalho do agro foi puxado, principalmente, pela agropecuária: aumento de 176.000 (ou 9,40%) em vagas formais, enquanto as informais foram reduzidas em 1.1 milhão (ou – 14,50%). Com isso, na agropecuária, é o maior número de ocupações formais (2 milhões) e o maior percentual de formalidade (24,60%) para o 2º trimestre de toda série histórica (iniciada em 2016).

Na agroindústria, as vagas informais (8,60%) aumentaram em uma maior proporção do que as formais (5,50%). Isso ocorreu tanto no segmento de produtos alimentícios e bebidas (39,30% e 13,80%, respectivamente), quanto no de produtos não-alimentícios (2,30% e 0,30%, na mesma ordem). Porém, por causa do maior peso dos formais nessa atividade, em termos absolutos, no total da agroindústria, o aumento das vagas formais (190.300) foi maior do que a das informais (140.900).

Nesse cenário, a FGV Agro indica que a maior formalização ocasionou melhor remuneração no setor. “Além de ter aumentado, cresceu mais do que a média de todos os setores da economia”, indicou. Entre o 2º trimestre de 2016 e o mesmo trimestre de 2023, a remuneração média paga aos trabalhadores do agro aumentou, em termos reais, 12,60%, passando de R$ 1.793,69 para R$ 2.018,99. No mesmo período, a remuneração média brasileira aumentou em um ritmo muito menor (4,30%), passando de R$ 2.719,44 para R$ 2.836,40.

Fonte: Broadcast Agro
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