Mercado de soja se volta para a América do Sul

A safra norte-americana de soja de 2015/16 está praticamente definida, e o volume a ser colhido deverá ficar entre 105 milhões e 106 milhões de toneladas, repetindo o bom desempenho de 2014/15.

Definidas as coisas nos Estados Unidos, os olhos dos participantes desse mercado se voltam para a América do Sul, a região que tem a maior produção mundial de soja.

Se tudo der certo, a produção deverá atingir 170 milhões de toneladas na região neste período 2015/16.

“O problema é que estamos começando de maneira errada”, diz Fernando Muraro, da AgRural, de Curitiba.

Na região do cerrado não chove e a temperatura chega a 50% no solo, principalmente em Goiás. “Em algumas regiões, quem já plantou está de cabelos em pé”, diz ele.

Em outro extremo, os gaúchos não conseguem plantar devido ao excesso de chuvas. Já os paranaenses, cuja produção é a segunda maior do país, têm cenário favorável, o mesmo ocorrendo com produtores do sul de Mato Grosso do Sul.

Já no norte de Mato Grosso do Sul as coisas também não andam muito bem, segundo Muraro.

É cedo para pensar em volume a ser produzido, mas o excesso de chuva no Rio Grande do Sul e altas temperaturas no Centro-Oeste podem mexer com as expectativas de produção.

Muraro acredita, no entanto, que o volume ficará entre 98 milhões a 100 milhões de toneladas.

O problema é se El Niño provocar excesso de chuva em janeiro e fevereiro do próximo ano no Centro-Oeste e seca no Sul.

Quanto à Argentina, as estimativas de áreas vão de uma redução para 19,8 milhões de hectares -feitas pela Bolsa de Buenos Aires- a 20,3 milhões -segundo a Bolsa de Rosário.

Mas Muraro diz que, quando se trata de Argentina, o cenário só começa a ficar mais claro a partir de dezembro.

VENDAS

A comercialização brasileira de soja nunca esteve tão aquecida como neste ano, segundo Muraro.

Aproveitando a desvalorização cambial, os produtores anteciparam a venda da safra 2015/16, que atingiram 37% em setembro. Esse percentual supera os 13% do ano passado e os 32% da média dos últimos cinco anos.

Os produtores de Mato Grosso estão entre os mais ativos nas vendas antecipadas. Já comercializaram 45% da futura produção, segundo Muraro. Na média de cinco anos, o percentual é de 41%.

Os paranaenses também aproveitaram o bom momento dos preços e já venderam 31% da safra 2015/16, acima dos 9% do ano passado. Na média, a comercialização no Estado é de 26% na média de cinco anos.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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