“Os mercados estão travados, devido à confusão nos preços dos fretes. A grande disputa é para saber quem paga os aumentos, se compradores ou vendedores”. A informação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, segundo o qual o mercado do milho foi o mais afetado pela greve.
Segundo ele, no Rio Grande do Sul os vendedores já se anteciparam e querem R$ 42,00 FOB. Menos que isto não aceitam, na tentativa de repassar os aumentos dos fretes. No Paraná, os últimos preços pedidos pelos vendedores são de R$ 45,00 FOB, com o mesmo intuito. Mas os compradores mantêm os preços menores. Santa Catarina está recebendo milho importado da Argentina, que chega ao redor de R$ 53,00.
“Em SP, pelo nono dia útil consecutivo, a média de negócios na praça de Campinas (SP) é recorde da série histórica. Com o final da greve de caminhoneiros praticamente consolidado, compradores voltam a negociar e, enfim, conseguem receber novos lotes”, diz Pacheco. “A situação era delicada pela falta de grãos e, por consequência, de ração para os animais. Assim, o momento é de retomar as atividades e reorganizar as indústrias, granjas e confinamentos”.
Pacheco complementa que, “sentindo uma nova onda compradora, produtores reajustam as suas pedidas. As ofertas chegam, na maioria dos casos, na casa dos R$ 46,00- R$ 47,00/saca em Campinas e, por mais que estejam bem acima do que era praticado anteriormente, a necessidade imediata faz com que alguns negócios se aproximem desses níveis”.
“Nos portos, os embarques voltam a ganhar ritmo. Para maio, os ‘line ups’ de milho zeraram, enquanto a soma da soja está em 11.08 milhões de toneladas. Muitos agentes comentam que, por conta da greve, os embarques da soja devem se estender além do previsto, atrapalhando as exportações de milho”, adverte o analista da T&F.
“Alertamos que a colheita da safra de inverno já teve início em algumas regiões e a restrição das exportações de grãos deve comprometer a capacidade de armazenagem”.
Fonte: Agrolink
