Mercado de etanol melhora no País, afastando necessidade de ajuda

O mercado de etanol começa a melhorar no Brasil, sinalizando que não é mais necessário o pacote de ajuda reivindicado pelas indústrias de cana junto ao governo, no ápice da crise do Coronavírus. A afirmação é do analista do Safras & Mercado, Mauricio Muruci.

Ele explicou que, considerando os preços atuais do etanol nas usinas, “não haverá aquela necessidade” de R$ 9 bilhões em financiamentos patrocinados pelo governo para se estocar 6 bilhões de litros de etanol, conforme pediram entidades do setor, como a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Segundo Muruci, essa operação que seguraria os 6 bilhões de litros em estoques, conhecida como “warrantagem”, equivaleria a uma venda do combustível a R$ 1,50 por litro. E o mercado indica valores mais altos para as usinas.

“Estamos saindo da crise de forma sustentável”, disse Muruci, acrescentando que “não será uma demanda artificial do governo via estocagem” que vai resolver a situação.

“As pessoas estão voltando às suas atividades. A demanda vai voltar, nas não vai ser de um dia para o outro”, afirmou o analista, ponderando que o mercado de etanol hidratado “está longe do fundo do poço”.

“O cenário caótico que se via, ele já não existe mais”, acrescentou Muruci, comentando que “a história de deixar canavial no campo parecia um terrorismo de mercado”.

De fato, desde o final de abril, os preços médios do etanol hidratado nas usinas do Estado de São Paulo estão se recuperando, registrando seguidas altas, apesar do início da colheita de cana no centro-sul, de acordo com indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

 

Reuters

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