O mercado doméstico de algodão vai terminando julho com preços 0,8% inferiores aos praticados no encerramento do mês anterior. No CIF de São Paulo, a fibra 41.4 é cotada a R$ 2,60 por libra-peso. “Este recuo pode ser creditado ao avanço da colheita da safra nacional e só não é mais intenso devido a recente valorização verificada no mercado internacional”, explica o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento.
Os trabalhos de colheita no Brasil já atingem 39% da produção estimada (573.000 toneladas base pluma). Os registros na BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) correspondem a 34% (490.000 toneladas). “Cumpridos os contratos antecipados, a oferta no disponível deve aumentar e aproximar os preços internos à paridade de exportação”, disse o analista.
A valorização verificada em Nova York depois da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA fez com que os vendedores se colocassem numa posição defensiva e menos flexíveis em relação às suas pedidas. “Na outra ponta, a indústria espera que o aumento da oferta no disponível resulte em preços mais atrativos”, pondera Bento.
Neste contexto, as aquisições são pontuais e apenas para atender necessidades imediatas. Em relação ao ano passado, o preço interno apresenta alta de 23,8%. Na Bolsa de Nova York (Ice Futures), a alta comparada ao mesmo período do ano anterior é de 14%. Em reais, a fibra norte-americana apresenta alta de 12%.
Essa elevação mais intensa do algodão brasileiro faz com que, atualmente, pela paridade de exportação, ele esteja 12,2% mais caro que o dos Estados Unidos. Conforme Bento, esta “base” positiva deve reduzir a partir do momento em que a oferta no disponível se eleve. O ajuste dos preços domésticos aos internacionais ocorrerá pela retração das cotações no Brasil ou por uma elevação dos preços internacionais convertidos para o padrão monetário nacional. O avanço da colheita local corrobora para o primeiro movimento.
Fonte: Agência Safras