O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou, no último dia 13 de novembro, os 337 municípios selecionados para o Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba – região formada por partes dos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. De acordo com o diretor substituto do Departamento de Cooperativismo e Associativismo do órgão, Eduardo Mazoleni, a decisão técnica foi baseada no que é considerado como Cerrado naquela faixa de terras.
“A definição e a publicação dos municípios estavam previstas no Decreto nº 8.447 da Presidência da República, de 6 de maio de 2015. Ele ainda estabelece a formação de um Comitê Gestor, que já foi nomeado na Portaria nº 181, do Mapa, de 2 de outubro de 2015, e também dispõe sobre a publicação do Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura”, informa Mazoleni.
Integrantes deste Comitê Gestor, que foi criado pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, como forma de dar mais um passo legal para a expansão da atividade agrícola no Matopiba, vão traçar metas para a região com o objetivo principal de ampliar e fortalecer a classe média dos produtores rurais dos Estados envolvidos.
Segundo Mazoleni, o Grupo de Inteligência Territorial e Estratégica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fez um estudo para dar suporte à seleção dos 337 municípios. Deste número, 139 pertencem ao Tocantins, 135 ao Maranhão, 33 ao Piauí e 30 à Bahia.
No total, são 324 mil estabelecimentos agrícolas, em uma região de cultivo de grãos – soja, milho e arroz –, algodão e frutas, além do setor pecuário. Somente na safra 2013/14, o Matopiba produziu 8,7 milhões de toneladas de soja.
REGIÃO ESTRATÉGICA
Na opinião do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco, “a mais nova fronteira agrícola do País, o Matopiba, vem se consolidando como uma região estratégica no atendimento aos mercados interno e externo, principalmente por causa da proximidade de importantes portos da região Norte do País, como os de Belém, Itaqui, Pecém e Suape”.
Ele ressalta também que estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que há um potencial de crescimento futuro da área plantada do Matopiba, de quase 10 milhões de hectares.
“A região é atrativa porque a produção e a produtividade estão em plena expansão. Segundo o Ministério da Agricultura, as terras têm preços mais acessíveis, se comparadas com outras regiões de produção agrícola nacional, o clima é mais estável e as condições do solo e do relevo são boas, o que vem facilitando a mecanização agrícola”, destaca.
Sirimarco ainda ressalta que, com a criação do Matopiba, a intenção do Ministério da Agricultura é “apoiar o crescimento sustentável dos produtores com investimento em tecnologia, pesquisa em agricultura de precisão e assistência técnica”.
Confira na Portaria nº 244, publicado no último dia 13 de novembro, a relação completa dos municípios selecionados para o Plano de Desenvolvimento do Matopiba.
LOGÍSTICA
De acordo com o Mapa, o plano para a localidade também busca elevar a eficiência logística que esteja relacionada às atividades agropecuárias, além de apoiar a inovação e o desenvolvimento tecnológico da agricultura e da pecuária. Ainda pretende implantar políticas públicas para a região, que se destaca na produção de grãos, frutas e peixes.
Sirimarco destaca que o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), localizado na capital São Luís, atingiu a marca de 3 milhões de toneladas exportadas de grãos e farelo de soja, bem acima da meta inicial de 2 milhões.
“Somente no primeiro ano de atuação, o Tegram abriu caminho para um rápido aumento da capacidade de embarques, o que favorece o escoamento dos produtos agrícolas do Matopiba para outras localidades.”
O vice-presidente da SNA cita que o Tegram começou a operar em março deste ano, com previsão inicial de fechar 2015 com 2 milhões de toneladas exportadas. Em setembro, esta perspectiva foi elevada para 3 milhões de toneladas, marca que acabou sendo atingida no último dia 9 de novembro.
“O Tegram é um dos destaques entre os novos projetos logísticos que estão começando a operar no chamado Arco Norte do País. Isto tem sido muito positivo para a região e para o Brasil, porque está desafogando o escoamento de produtos agrícolas, antes feito exclusivamente pelos portos tradicionais e já bem congestionados das regiões Sul e Sudeste.”
Por equipe SNA/RJ