O professor do Instituto Insper, Marcos Jank, afirmou que o sistema sanitário do Brasil é extremamente frágil e precisa ser aprimorado para evitar epidemias como a da Peste Suína Africana (PSA), que dizimou boa parte do rebanho de suínos na Ásia.
“Estamos aproveitando o bom momento de exportação de carnes para o mercado chinês, mas o que estamos fazendo para conter a entrada da doença?”, questionou Jank durante o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado hoje na capital paulista.
O avanço nas exportações levou a um salto nos preços da arroba bovina o que, para o especialista, não é um nível considerado concreto. “Se trata de algo momentâneo”, disse.
Desta forma, Jank defendeu a construção de estratégias de médio e longo prazo para o setor de proteína animal. “Temos 100 plantas habilitadas a vender carne para a China. O País se abriu, sem nenhuma transparência, com informações oficiais sobre o que, de fato, está acontecendo lá. Por isso, precisamos estar preparados para quando a China der a volta por cima”.
Ainda em relação ao estabelecimento de estratégias, o especialista destacou a necessidade de negociações bilaterais que venham a culminar em assinaturas de acordos comerciais. Segundo ele, isso foi algo que ocorreu “muito pouco” nos últimos anos, enquanto concorrentes no fornecimento de proteínas, como Estados Unidos e Austrália, têm um série de acordos assinados.
Há relatos no mercado de que o rebanho de suínos da China está entrando em processo de recomposição, mas Jank acredita que este processo não ocorrerá no curto prazo. “A recuperação no rebanho chinês de suínos virá, mas não em 2020”, apontou. Desta forma, os benefícios que a doença causou aos exportadores brasileiros tendem a perdurar pelo menos até o ano que vem.
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