Marca de carne é a padronização do produto final, afirmam especialistas

Roberto Barcellos 1_Credito BeefPoint
“Precisamos de marcas fortes, com valor agregado e identidade junto ao consumidor. Produção com uniformidade também é desejado pelo mercado”, afirma Roberto Barcellos, responsável pela Beef&Veal

 

O maior desafio para consolidar uma marca de carne é a padronização do produto final. “Precisamos de marcas fortes, com valor agregado e identidade junto ao consumidor. Produção com uniformidade também é desejado pelo mercado”, afirma  Roberto Barcellos, engenheiro agrônomo e responsável pela marca Beef&Veal. Ele tratou do assunto durante a palestra “Sabemos o que devemos produzir e queremos produzir?”, que fez parte da programação do Workshop BeefPoint Marcas de Carne. O evento, que ocorreu nos dias 20 e 21 de novembro em São Paulo, reuniu especialistas da cadeia produtiva.

Proprietário do restaurante Fazenda Barbanegra, em Porto Alegre (RS), Roberto Majó de Oliveira concorda com Barcelos. “O que mais aflige o dono do restaurante é a falta de padrão. Algo que eu também defendo e acho importante quando estamos falando em cadeia de carne é a uniformização de nomenclatura”, salienta. Para ele, a variedade de nomes que se dá para o mesmo corte, dentro e fora do Brasil, nos restaurantes, é complicado. “As pessoas não sabem mais o que estão comendo e isto gera uma grande insegurança.”

“Além de criar o conceito de marca, é importante trabalhar na embalagem, na apresentação do produto”, cita André Renato Galindo, gerente de Linhas Especiais do Marfrig. Durante o workshop, ele falou sobre o novo posicionamento das marcas do grupo: Bassi e Montana. Conforme explica, as carnes Montana são provenientes de animais selecionados com uma boa cobertura de gordura e atendem o público churrasqueiro; a Bassi, por sua vez, é uma das primeiras marcas de qualidade premium do Brasil, voltado para a alta gastronomia, e resulta de cortes bovinos diferenciados, de animais precoces e de qualidade.

Sócio do Rubaiyat, restaurante presente em São Paulo, Buenos Aires (Argentina) e Madrid (Espanha), Belarmino Iglesias Filho salienta que o trabalho pioneiro da empresa gira em torno do conceito da fazenda ao pasto. Destaca ainda que o foco da rede se baseia em produtos de alta qualidade, atendimento de primeira e um ambiente especial. “Desta forma, o restaurante está concorrendo com o cinema, com o teatro, está vendendo uma experiência”, comenta Miguel Cavalcante, diretor do BeefPoint, na conclusão do evento.

Sócio da KRP Relações Públicas e idealizador do Burg Fest, Cláudio Baran lembra que, em 2011, a primeira edição do evento gastronômico paulista teve a participação de 21 restaurantes, vendeu 6 mil hambúrgueres e movimentou R$ 500 mil em uma semana. No ano passado, foram 43 restaurantes, 35 mil hambúrgueres e faturamento de R$ 2,5 milhões. “Em 2013, ampliamos para 16 dias, de 8 a 24 de novembro, e tivemos a adesão de 16 estabelecimentos”, informa ele, prevendo que o faturamento deve ficar entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões. Ele abordou o tema “Festivais gastronômicos como fomentadores do mercado de alimentação fora do lar” durante palestra no BeefPoint.

De acordo com Baran, o Burg Fest se apoia em três pilares: tem de ser bom para o restaurante, para o cliente e para a sociedade. “O restaurante ganha novos clientes e na divulgação; e o consumidor tem como principal apelo a novidade. A sociedade também é beneficiada com as notas fiscais que são doadas a ONGs que trabalham com crianças carentes, algo em torno de R$ 20 a R$ 30 mil.”

Reginaldo Morikawa, CEO da Korin Agropecuária Ltda., que palestrou sobre “Carne sustentável e certificada orgânica”, destaca a importância da agregar valor ao negócio e a sustentabilidade com foco na saúde e no bem-estar do consumidor. Neste sentido, a empresa não utiliza melhoradores de desempenho.

De acordo com o executivo, o mercado de orgânicos é bastante reconhecido no mercado de food service. Para ilustrar, ele compara: enquanto o quilo do frango mais próximo do convencional é comercializado por volta de 11 reais, o filé do produto Antibiotic Free (AF), sem antibióticos e promotores artificiais de crescimento, varia entre 30 e 32, e do orgânico, de 40 a 45 reais.

 

Andre Renato Galindo_Credito BeefPoint
“Além de criar o conceito de marca, é importante trabalhar na embalagem, na apresentação do produto”, cita André Galindo, gerente de Linhas Especiais do Marfrig

 

PIONEIRISMO

Em 1976, o Carrefour foi o primeiro varejista do mundo a trabalhar, a credibilidade de sua marca a uma linha de produtos. No segmento de carnes, a marca Carrefour oferece diversos cortes, incluindo os mais nobres. A empresa exige padrões de segurança alimentar de seus fornecedores. Para atender a outra crescente fatia de mercado, que consome produtos premium, a rede lançou em 2010 a linha Selection, que conta com nove cortes de churrasco: peito, maminha, filé mignon, entrecorte, cupim, contra-filé, picanha, alcatra, fraldinha.

Provenientes de mais de 200 fazendas localizadas nas principais regiões produtoras do país, os itens contam com o programa “Garantia de Origem”, que assegura qualidade da cadeia produtiva desde o pasto até a gôndola. Na criação, o bem-estar do animal é garantido com água abundante e ração livre de produtos de origem animal, hormônios e promotores de crescimento. A criação ainda impacta minimamente o meio ambiente e colabora para o desenvolvimento das regiões onde estão situadas as fazendas criadoras.

 

Por equipe SNA/SP

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