A produção de soja vem batendo recorde safra após safra, ano após ano. No último ciclo (de 2017/18) foram contabilizados mais de 118 milhões de toneladas da oleaginosa em todo o Brasil, com destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, conhecido por ser um dos mais importantes polos agrícolas do País.
Por lá, o plantio da soja é acompanhado de perto por pesquisadores do setor. No município de Passo Fundo (RS), por exemplo, Carlos Alberto Forcelini e Carolina Deuner, ambos professores da Universidade de Passo Fundo, estiveram à frente do programa “De Primeira, Sem Dúvida”, da Bayer, cujo objetivo é demonstrar, aos produtores rurais, os benefícios da aplicação preventiva de fungicidas em talhões com manejos correto e atrasado.
No ensaio conduzido na Universidade de Passo Fundo, foram colhidas 71,2 sacas por hectare no momento correto da aplicação de fungicida e 66,1 sacas por hectare no manejo atrasado.
“Este é o terceiro ano que conduzimos esse projeto com o objetivo de mostrar ao produtor a importância da aplicação do fungicida no momento correto. Com diferença de apenas sete dias entre o momento correto e o atrasado, resultou no dano de 5,1 sacas por hectare ou 43 quilos de soja por dia”, avalia a engenheira agrônoma Carolina Deuner.
Produtora de Pontão (RS), Marizete Artuso afirma que o agricultor, hoje em dia, não pode arriscar em suas decisões: “Produtor não pode fazer experiência, já tem que saber o que vai usar, tem que se informar”.
CHEGADA DA FERRUGEM ASIÁTICA
A ferrugem asiática chegou 30 dias mais cedo do que na safra passada e a principal diferença foi a progressão da doença que ocorreu de forma mais lenta, possivelmente em função das temperaturas noturnas terem sido menores, comenta a professora Carolina Deuner.
“Apesar da ferrugem asiática ter ocorrido mais tarde, o produtor conseguiu ter um bom controle da doença por entrar no momento correto, por respeitar o intervalo entre as aplicações, por alternar grupos químicos e por utilizar fungicidas multissítios associados aos fungicidas sítios específicos”, salienta ela.
“DE PRIMEIRA, SEM DÚVIDA”
No município de Itaara (RS), quem comandou o projeto “De Primeira, Sem Dúvida” foi o pesquisador doutor Ricardo Balardin, do Instituto Phytus. Ainda que a ferrugem tenha se manifestado tardiamente e as manchas tenham sido preocupantes na região, Balardin sinaliza uma perspectiva positiva.
“Se o produtor começar a cuidar cedo, a colheita vai ser boa. Fizemos aplicações na fase vegetativa para a produtiva e quando vieram ferrugem e as manchas, estávamos seguros. Isso nos garantiu oito sacas a mais por hectare, no talhão em que fizemos o manejo correto”, salienta o especialista.
Um dos principais diferenciais do projeto é levar informação para que o produtor saiba utilizar as melhores ferramentas no momento correto.
“Sabe-se que, para a disseminação de uma doença na cultura da soja, existem vários fatores envolvidos, portanto, é difícil ser totalmente assertivo. Este projeto orienta o produtor a fim de aproveitar seu investimento da melhor maneira”, afirma Marcos Dallagnese, gerente de Fungicidas da Bayer.
De acordo com o executivo, para conseguir o manejo correto é fundamental considerar a importância de outras estratégias, como a resistência genética, o vazio sanitário e a eliminação da soja guaxa/tiguera na entressafra, assim como a tecnologia de aplicação que, realmente, permita uma boa distribuição dos fungicidas.
“Cada safra tem sua particularidade e desafio, por isso é importante o sojicultor estar bem preparado“, explica Dallagnese.
Fonte: Grupo Cultivar com edição d’A Lavoura