Luiz Carlos Carvalho é o novo presidente da Academia Nacional de Agricultura

Luiz Carlos Carvalho, da Abag, recebe a medalha pelas mãos de Roberto Rodrigues, quem substituirá na presidência da Academia
Luiz Carlos Carvalho, da Abag, recebe a honraria pelas mãos de Roberto Rodrigues, a quem substituirá na presidência da Academia

“É uma honra estar aqui com vocês, assumir essa função. Gostaria de trazer aos nossos colegas uma reflexão sobre a realidade que estamos vivendo, um momento absolutamente diferenciado em que, de qualquer forma, a necessidade de trabalhar pela sustentabilidade do agronegócio é fundamental. Cabe essa função essencialmente às entidades de classe e à nossa Comissão.”

Desta forma, o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Carvalho, saudou os presentes em seu pronunciamento durante a cerimônia de posse à presidência da entidade, realizada na terça-feira, 24 de março, em São Paulo. Segundo ele, as pessoas vivem um momento no qual sentem forças opostas, de regionalização e da globalização, bastante complexas, além de riscos, por estar manejando recursos interconectados e que, portanto, cada vez mais trazem complexidade.

“Claro que a nossa resiliência é fundamental e sabemos que o agronegócio tem uma resiliência formidável, veja o caso da cana-de-açúcar, que é uma cadeia produtiva que continua a sofrer muito apesar de tudo”, destacou. Ele também comentou sobre a questão geopolítica.

“Tivemos uma espetacular mudança nos últimos dois anos. Começamos a ver os Estados Unidos voltando à sua carreira de gestor do mundo, na verdade através da questão energética e dos alimentos. E quando todo o mundo fala de energia e de alimentos pensa em Brasil, mas os Estados Unidos vêm na frente, em termos de produção, de presença. Soma-se a isso a virada de jogo que fez com que a Arábia Saudita esteja agora dependente do comportamento do mercado americano em relação ao petróleo. Realmente, é algo indescritível, é um negócio admirável que vimos acontecer nos últimos anos”, montou o cenário.

Prosseguiu, mencionando a nova força do dólar e a estagnação da economia brasileira. “Enfim, acende a luz do risco dos acordos transatlânticos que podem acontecer e a possibilidade de o Brasil ficar fora ou distante disso”, analisou ele, que acrescentou: “São realidades que se impõem, apesar da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aclamarem o Brasil, em nível global, a aumentar a sua presença na produção de alimentos para os próximos anos. Claro, tudo vem acontecendo com a continuidade ou com o continuísmo do sistema protecionista de vários países que trazem as mais variadas dificuldades para nós. Em sua opinião, a crise atual da economia brasileira afeta muito o agronegócio.

“O primeiro impacto, óbvio, tem a ver com questão de consumo, isso sinaliza a inexistência de estoques, queda de preços, além de perdas nos mercados nacional e internacional . O segundo é a dificuldade de acesso a crédito, no volume e no custo. Estas são as duas questões que nos afligem”, resumiu.

Ele chamou atenção ainda para uma outra questão. “O Rodrigo Mesquita, aqui presente e que acompanha as redes sociais, projeto que vem coordenando conosco, há três anos, nos traz uma preocupação, pois vamos de novo sofrer uma onda fortíssima de ataque ao agronegócio e temos que nos preparar para isso, sermos mais proativos e menos reativos ao que virá”, alertou.

“Queria, portanto, trazer um dado relevante para o trabalho da Academia, no sentido de operar e trabalhar as chamadas redes sociais e nos prepararmos para o que vem e agirmos de uma forma integrada, de forma ativa. E um trabalho que a ABAG vem fazendo é a luta pela governança institucional”, aconselhou.

Por equipe SNA/SP

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