Leves superávits: 14 visões para os próximos ciclos globais de açúcar

O mercado de açúcar passa por um momento delicado. Enquanto os produtores brasileiros esperam por um alta na produção, outros países já contam com quedas em suas safras de cana ou beterraba.

No início do ano, entre 16 empresas especializadas ouvidas pelo NovaCana, a expectativa era de que o saldo global alcançasse um superávit de 4,26 milhões de toneladas ao final do ciclo 2022/23 (outubro a setembro).

Mas, com as oscilações no cenário internacional, um novo compilado com a participação de 14 companhias aponta para um excedente menor do que o previsto anteriormente, com apenas 460 mil toneladas superavitárias.

A menor estimativa veio da Czarnikow, que acredita em um déficit de 2,67 milhões de toneladas até setembro deste ano.

A hEDGEpoint tem uma visão semelhante e aponta para uma falta de 2 milhões de toneladas – em sua estimativa de fevereiro, a consultoria acreditava em um superávit de 1,1 milhão de toneladas.

A analista de açúcar e etanol da hEDGEpoint, Lívea Coda, explica que um dos principais motivos para a alteração dos valores foi a deterioração da safra no Hemisfério Norte. Ela relata que quedas na China, na Índia e na Tailândia, além de piores resultados nos países da Europa e da América Central.

“A recuperação brasileira não é suficiente para aliviar o fluxo comercial e o balanço global”, afirma a especialista.

Apesar disto, algumas companhias indicam que, ao final do ciclo, a produção ultrapassará o volume de adoçante consumido. É o caso do BTG Pactual, que projeta um superávit de 4 milhões de toneladas. Esta é a mais alta aposta do atual levantamento e representa um aumento na expectativa do banco, que anteriormente previu que o ciclo se encerraria em equilíbrio.

Apesar de também ter reduzido sua expectativa, a FG/A acredita que um volume de açúcar será remanescente. A consultoria, que esperava um superávit de 3 milhões de toneladas em fevereiro, agora indica uma sobra de 1,4 milhão de toneladas ao final do ciclo 2022/23.

Outra companhia que diminuiu suas expectativas em relação ao ciclo corrente foi o Itaú BBA. Movido pelos mesmos fatores, o banco saiu de um superávit de 3,5 milhões de toneladas para um déficit de 100 mil toneladas.

Fonte: NovaCana
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