Leite é negócio promissor no mercado latino-americano

Luciano Roppa: aumento da produtividade é chave para o setor. Foto: Divulgação
Roppa: aumento da produtividade é chave para o setor. Foto: Divulgação

A América Latina possui o maior rebanho produtivo do mundo e dispõe de muitos recursos e tecnologias para se posicionar cada vez melhor no mercado de leite, tornando-se grande fornecedora global. No entanto, atingir esse patamar requer investimentos em qualidade do produto, sanidade do rebanho e gestão de propriedades, além de novas estratégias para solucionar entraves industriais e regulatórios.

Na avaliação do médico veterinário Luciano Roppa, especialista em análise do mercado mundial de carnes e leite, os principais desafios do segmento são: produzir mais (para atender à demanda puxada pelo aumento do poder aquisitivo da população) e melhor (com segurança alimentar, bem-estar animal e sustentabilidade), empregando menos recursos naturais e utilizando mais tecnologia.

“Para ampliar a produção e baixar os custos da atividade, é necessário aumentar a produtividade, fazer o melhoramento das pastagens degradadas e buscar fontes alternativas de alimentos para reduzir o custo das rações”, sugere.

O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, confirma tendência de crescimento da produção de leite na América Latina. “A economia dos países latinos evoluiu mais que a média mundial na última década e superou o crescimento populacional. Além de produzir para atender à demanda interna, a região também pode exportar para a África e o Oriente Médio”, assinala.

De acordo com o especialista, o domínio da tecnologia de produção de leite em ambiente tropical é uma vantagem brasileira sobre os demais países latinos. “Essa técnica precisa chegar à maioria dos produtores, pois sem tecnologia a produtividade continuará baixa e o custo de produção de leite se manterá em patamar alto”, observa Martins.

Roppa também prevê a ampliação do consumo de leite na América Latina, em razão do aumento da população, de 600 milhões para 650 milhões de pessoas, e do crescimento da classe média, de 50% para 56%.

Segundo o veterinário, o consumo deve crescer 21,8%, de 709,5 milhões de toneladas para 864,4 milhões de toneladas, e a produção deve se ampliar em 25,7% – de 80,1 milhões de toneladas de leite para 107 milhões de toneladas.

Atualmente, 11% do leite produzido no mundo vêm da América Latina. A média de crescimento desse mercado é de 3,3 % ao ano. No Brasil, de 2000 a 2010, o aumento da produção superou a taxa anual de 4%.

Por Equipe SNA/SP
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