Leite ao produtor está em queda e demanda é fraca

Com a demanda fraca na ponta final da cadeia, os preços do leite ao produtor registraram queda no pagamento de janeiro de 2018, referente ao leite entregue em dezembro de 2017. Do lado da oferta, o pico de produção em São Paulo, Goiás e Minas Gerais em dezembro último colaboram com a pressão de baixa.

Na região Sul do país, a queda no volume captado nos três estados não foi suficiente para dar sustentação às cotações, diante de um escoamento fraco na ponta final da cadeia nos últimos meses.

Considerando a média nacional ponderada, o preço do leite ao produtor caiu 1% no pagamento realizado em janeiro de 2018, que remunera o leite entregue no mês anterior. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o produtor recebeu, em média, R$ 1,027 por litro, sem o frete – 6,8% menos na comparação com o mesmo período de 2017, em valores nominais.

Com relação à captação, em dezembro de 2017 a produção nacional cresceu 1,5%, frente ao mês anterior, com peso do pico de produção nos estados do Brasil Central e região Sudeste. Para janeiro de 2018, os dados parciais apontam para queda de 1,5% na produção nacional, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação de Leite.

Daqui para a frente, com exceção da região Nordeste, a tendência é de queda na curva de produção de leite nas principais regiões produtoras, o que deverá, de alguma maneira, dar sustentação às cotações do leite e derivados. A intensidade desta alta dependerá de como será a reação do consumo interno.

No atacado, houve alta nos preços do leite longa vida e de alguns outros produtos lácteos nas duas quinzenas de janeiro de 2018. Não em função de uma reação nas vendas, mas sim como tentativa de melhorar as margens das indústrias, que estiveram negativas nos últimos meses em muitos casos.

Os preços do leite caíram em boa parte dos estados pesquisados. O cenário de demanda ruim é vigente em todo o país.

Para o pagamento a ser realizado em fevereiro de 2018, referente à produção de janeiro, 64% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em estabilidade do preço do leite ao produtor, 22% falam em alta e 14% acreditam em queda no preço do leite frente ao pagamento anterior.

Em resumo, no Brasil Central e regiões Sudeste e Sul do país, a tendência é de manutenção da alta nos preços do leite ao produtor em fevereiro, com poucas empresas estimando queda. No Nordeste, se as chuvas se confirmarem e a produção aumentar, a pressão de baixa pode ganhar força.

Para março deste ano a previsão é de que o movimento de alta ganhe força, com peso maior da entressafra e menor disponibilidade de leite cru no mercado interno, além de uma melhoria da demanda interna.

No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços subiram na segunda quinzena de janeiro de 2018 em todos os estados pesquisados. As altas variaram de 0,2% no Paraná até 8,6% em Minas Gerais, frente à primeira metade do mês.

Apesar da baixa movimentação no mercado spot, a oferta menor de leite no mercado interno começa a dar sustentação às cotações.

 

(Por Rafael Ribeiro – Zootecnista)

 

Fonte: Scot Consultoria

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