Produtores negociaram na Etapa 3 do leilão de biodiesel L75 toda a oferta, de 1.16 bilhão de litros, e a reguladora ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) teria determinado um leilão complementar para atender o consumo do Brasil no bimestre setembro e outubro, informou a associação de produtores Ubrabio.
O volume foi comercializado ao preço médio de R$ 4,246 o litro, indicou a Ubrabio em nota, o que representa um aumento de cerca de 21% no valor em relação ao leilão L73, para atender a mistura obrigatória no bimestre julho/agosto.
Procurada, a ANP informou que só pode confirmar os resultados após sua homologação. Questionada, a agência não comentou sobre a necessidade de realização de um leilão complementar para a atender a demanda no próximo bimestre, relatou a Ubrabio.
O leilão L75 foi realizado após muita polêmica e uma disputa jurídica entre governo, ANP e produtores de biodiesel. Originalmente, o certame deveria ter sido realizado para atender à mistura obrigatória em vigor no País de 12% de biodiesel no diesel, mas devido a uma alegada falta de matéria-prima, o governo determinou a redução provisória no “blend” para 10%, o que irritou as empresas produtoras do biocombustível.
O leilão anterior foi cancelado pela ANP em meio a reclamações de distribuidoras de elevados preços do biocombustível. Após a disputa judicial, empresas aceitaram participar do leilão sem novas ações na Justiça, após acordo com o governo que prevê a formação de um grupo de trabalho com o setor privado para debater impasses, incluindo uma alegada menor oferta de matéria-prima.
No Brasil, mais de 70% do biodiesel é produzido a partir de óleo de soja, oleaginosa que vem sendo muito demandada para a exportação neste ano, principalmente pela China. Junto ao câmbio, isso tem elevado os custos do setor, o que acaba impactando as distribuidoras e compradoras do biocombustível para a realização da mistura.
Reuters