“A Lei do Frete é um ‘escracho’ total, um atestado perfeito e acabado do ‘non-sense’ do governo, porque vai contra toda a lógica, obviedade e racionalidade de qualquer cadeia produtiva. Os fretes são apenas alguns dos elos da cadeia produtiva, e não todos”. A avaliação é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.
“Se eles merecem ser tabelados, por que os demais elos também não são? Se os caminhoneiros têm de ter os seus custos cobertos por força de lei, então também os agricultores devem ter, os fornecedores de insumos, os comerciantes, as indústrias, os distribuidores, todos os que se utilizam dos fretes também deveriam ter a ‘proteção de um tabelamento’, questionou o analista.
Mas isso, sustenta Pacheco, “seria acabar com a essência do mercado, que é a livre concorrência e seus enormes benefícios na melhoria dos bens e serviços oferecidos e redução de custo”, salientou. “O tabelamento, por sua vez, só traz malefícios, como ficou provado na época da hiperinflação, de triste memória, em que tudo era indexado e que quase acabou com a economia nacional”.
O analista da T&F destacou ainda que a tabela aumenta os custos de produção de todas as cadeias produtivas e não acrescenta nada mais do que já vinha proporcionando antes.
“Não torna o serviço melhor, nem mais ágil, nem mais eficiente, só mais oneroso. Nem sequer cria um fundo para a expansão de transportes alternativos, como ferrovias ou hidrovias”, disse Pacheco.
“Como consequência disto, das duas uma: ou aumenta os preços de quem consome (se lhe forem repassados os custos do aumento do frete) ou tira lucratividade de quem produz (se não conseguir repassar, desestimulando a produção e o investimento, como já está acontecendo depois da implantação do tabelamento)”.
Fonte: Agrolink