Lavouras de soja no Oeste da Bahia se recuperam e esperam chuvas de fevereiro

A região Nordeste do Brasil deverá receber, segundo as últimas previsões, muitas chuvas nos próximos dias e, dessa forma, o oeste da Bahia continua sendo beneficiado, permitindo uma excelente recuperação das lavouras de soja. Segundo relata o assessor de agronegócios da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke, “o clima favorece o desenvolvimento na região, e com as próximas chuvas a expectativa é de que as lavouras possam ser bem concluídas, contando com boas condições para o período de enchimento de grãos”.

Além disso, essas chuvas recentes que chegaram ao estado, e mais as que estão previstas, contribuem ainda para a recuperação dos níveis de umidade do solo. “A condição ajuda a elevar a umidade do solo que está com déficit hídrico, abaixo dos 10%, já que a expectativa é de volumes elevados e que podem passar dos 100mm ainda nesta semana, com a passagem de uma frente fria na costa na altura da Bahia”, informa a Somar Meteorologia.

Para o engenheiro agrônomo Armando Ayres de Araújo, da Conap Consultoria Agropecuária, esse maior potencial de recuperação das plantas de soja se deu não só pelas chuvas, mas porque o plantio ocorre um pouco mais tarde, após 15 de novembro, ao contrário do milho, que já registra perdas bastante significativas. “A estiagem pegou o milho bem na época do florescimento, mas foi muito manchada. Então, já se estima uma perda de 40% a 50%, mas ainda há produtores que irão colher de 140 a 150 sacas por hectares. Outros chegaram até mesmo a cortar a lavoura para fazer silagem e outros vão colher algo entre 50 e 60 sacas por hectare”, disse Araújo, lembrando que o cereal já não tem muito tempo de recuperação.

Com a utilização de mais variedade de ciclos médio e longo, a resistência e a recepção das precipitações recentes da chuva foram bem melhores na oleaginosa. Araújo afirmou que a produtividade poderia ficar na faixa entre 52 e 54 sacas por hectare. Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, líderes da região deverão se reunir nas próximas semanas para avaliar este potencial de recuperação da soja.

As perdas no milho baiano chamam ainda mais a atenção em função do aumento de área promovido pelos produtores, conforme explica o especialista da Conap. O total destinado ao cultivo do grão subiu da safra 2015/16 para a de 2016/17, de 135 mil para 180 mil hectares, com os agricultores estimulados pelos bons preços registrados no ano passado. “O milho chegou a ser negociado a R$ 50 a saca, e hoje está próximo de R$ 39,50. A estimativa é de que não baixe de R$ 30 e, nesse patamar, dá boa rentabilidade para quem conseguir colher algo próximo de 150 sacas/ha”, disse Araújo.

Pragas e doenças

A incidência de pragas está controlada no estado, porém o que mais chama a atenção é a mosca-branca. Segundo o engenheiro da Conap, muitos produtores têm feito o controle com biológicos e têm tido bons resultados. As lagartas não têm sido um grande problema este ano e as chuvas colaboram para o controle.

Entre as doenças, com condições de clima bastante propícias, a ferrugem exige bastante atenção dos produtores neste momento, já que ela já foi identificada e notificada. Segundo informações do Consórcio Antiferrugem, 11 ocorrência foram registradas, sendo uma em Barreiras, uma em Correntina e nove em São Desidério.

A estimativa do Conselho Técnico da Aiba é de que a Bahia colha, nesta temporada, 5.308.800 toneladas de soja contra pouco mais de 5.2 milhões de toneladas da safra anterior. A área também cresceu, ficando em 1.580.000 hectares, enquanto em 2015/16 a área de cultivo foi de 1.520.000 hectares.

Algodão

Outra cultura que se desenvolve bem e carrega um bom potencial nesta temporada é o algodão do oeste da Bahia. “Podemos dizer que o algodão está 100%”, disse o engenheiro. A Aiba estima uma área de 192.000 hectares, 15% a menos do que no ano safra anterior, com a produção prevista em 777.600 toneladas.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

 

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