Ao participar do Global Agribusiness Forum, realizado esta semana em São Paulo, a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Katia Abreu, disse que a produtividade agrícola do País quase triplicou nos últimos 36 anos, passando de 1.258 quilos por hectare para 3.507 quilos por hectare.
“Temos muito orgulho desses números e do que construímos nos últimos anos. Éramos importadores de alimentos e, agora, somos potência agrícola”, acrescentou.
“Há 40 anos, importávamos alimentos, as famílias comprometiam 48% do orçamento com alimentação. Hoje, estes gastos caíram para algo em torno de 14% a 20% do salário, graças ao aumento de produtividade que possibilitou acesso à comida barata e de boa qualidade. Com isso, sobrou renda para educar os filhos até a universidade, comprar eletrodomésticos, etc.”, afirmou.
A senadora destacou que isso foi possível graças ao desenvolvimento de novas tecnologias. E exemplificou que, nos últimos 36 anos, a produção de grãos e fibras cresceu 296%, passou de 46,9 milhões para 187 milhões de toneladas, enquanto a produtividade expandiu 178% no mesmo período ,de 1.258 kg/hectare para 3.507 kg/hectare. A área plantada aumentou somente 42%,de 37,3 milhões para 53,3 milhões.
“O Brasil produz em apenas 27,7% do território nacional, preservando 61% do país com florestas e outros tipos de vegetação nativa”, ressaltou.
Segundo ela, através da aplicação de técnicas sustentáveis de produção, como rotação de culturas, agricultura de baixo carbono (plantio direto) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a agropecuária brasileira poderá ter um ganho de 70 milhões de hectares de área para a produção de alimentos, colhendo duas safras anuais. “Sem derrubar uma só árvore, aumentaria em 131% a produção de grãos e fibras, passando de 187 milhões para 432 milhões de toneladas/ano. Na pecuária, o volume de oferta de carne bovina saltaria de 9 milhões para 15 milhões de toneladas”, acrescentou.
Mudanças no campo
Para a senadora, o problema da fome, hoje, acontece por falta de renda e não de comida. Acredita que, com as condições favoráveis de aumento de produção e produtividade, o país cumprirá a meta definida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), de aumentar a produção de alimentos em 40% até 2050, ajudando a resolver o desafio de vencer a fome no mundo.
Destacou que o agronegócio, hoje, é responsável por 40% das exportações, 37% dos empregos do país, quase 25% do PIB, além de sustentar o superávit da balança comercial brasileira por muitos anos. Acrescentou, ainda, que a idade média do empresário agrícola do Brasil é 45 anos, enquanto nos Estados Unidos é 58 anos e, no Japão, 67.
“Isso é extraordinário. Temos que nos preocupar com a sucessão do agronegócio brasileiro”, comentou.
A senadora frisou que a CNA é a favor de um acordo de livre-comércio entre os países do Mercosul e a União Europeia (UE) e que a Argentina tem evoluído lentamente nas negociações.
Por Equipe SNA/SP