Juros altos e quebra da safra motivam queda nas vendas de máquinas para a agricultura

Foto de Heiko Janowski na Unsplash

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou, na última quarta-feira (28), indicadores conjunturais que mostram uma queda na receita líquida de vendas no setor de máquinas e equipamentos, em geral. O recuo aconteceu tanto na comparação mensal (0,3% com ajuste sazonal) como interanual (-21,7%).

Exportações 

A exportação de máquinas para a agricultura teve queda de 8,7% em comparação ao mesmo período do ano passado e elevação de 4,1% em relação a dezembro/23.

Importações

Janeiro deste ano registrou crescimento nas importações de máquinas e equipamentos, em geral, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (4,8%), quanto se comparado ao mesmo período do ano passado (7,3%).

No mês foram importados US$ 2,3 bilhões em máquinas e equipamentos, contra US$ 2,1 bi em janeiro de 2023. Em dezembro do ano passado, as importações foram de US$ 2,2 bilhões. Na análise interanual por segmento de mercado, quatro setores – dos sete monitorados – registraram aumento nas importações.

O setor de máquinas agrícolas, uma das áreas mais dependentes de crédito, teve queda de 15,1%, que sofreu ainda com a variação cambial e a baixa dos preços das commodities.

Máquinas agrícolas

O setor de máquinas agrícolas, que é um subsegmento de máquinas para agricultura, teve um resultado negativo na receita total em janeiro deste ano com uma queda de 32,8% no faturamento, em comparação a janeiro/23.

Em quantidades, a venda de colheitadeira para o mercado interno caiu 70% e a de tratores recuou 40%. Devido à seca, a redução de vendas dá-se nas colheitadeiras de soja.

Futuro

De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, o segundo semestre pode ter números melhores, a depender do clima e do resultado da segunda safra brasileira de milho. “Também esperamos que o Plano Safra tenha juros menores para impulsionar os investimentos”.

Sobre os preços das commodities, o representante da Abimaq disse que não deve piorar muito mais do que está hoje. “Porém isso também depende do pós- plantio da safra americana e da safra da Argentina. Ainda temos muitas variáveis”.

“Reforço que precisamos aumentar a área plantada em, pelo menos, 30% a 40%, e ainda a exportação global de alimentos também nesta média de 30%”, finalizou Pedro Estevão.

Por Larissa Machado

 

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