Jornal da Alerj: O futuro que brota do chão

O desenvolvimento agropecuário também foi debatido durante o evento [Agenda de Futuro, na Alerj]. O diretor da
Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Alberto Figueiredo, falou sobre o aumento da capacidade industrial, o mapeamento do solo e a forma de distribuição comercial dos produtos.

“A ideia das nossas demandas é aproximar o produtor do consumidor e organizar o interior, no sentido de entender o que produzir em cada local”, declarou.

Segundo Figueiredo, o Rio de Janeiro, no setor agropecuário, é um estado com 43.8 mil quilômetros quadrados, o que representa 0,5% do território nacional, e tem 8% da população brasileira. São 92 municípios, com 10% do PIB nacional. O faturamento agrícola é de R$ 2,8 bilhões e representa 0,42% do PIB do Estado do Rio de Janeiro.

“O Rio de Janeiro tem algumas características peculiares. A primeira: diversidade topográfica. Nós temos áreas planas, semiacidentadas e acidentadas. Por conta disso, temos também variações climáticas. Isso permite uma diversificação das nossas atividades”, explicou Figueiredo.

Durante a palestra no Agenda de Futuro, ele ressaltou que há uma variedade grande de culturas e criações já existentes e uma predominância de pequenos condutores – segundo dados do IBGE do censo agropecuário, 92,3% das propriedades do Estado do Rio de Janeiro têm menos de cem hectares.

“Temos algumas oportunidades que precisam ser levadas em consideração e que devem ser o carro-chefe de qualquer proposta que seja feita para o desenvolvimento do estado. Temos mercado consumidor muito maior do que a produção. Isso significa que qualquer produto que se queira produzir tem pelo menos, teoricamente, um
mercado à sua disposição”, destacou Figueiredo.

De acordo com o diretor da SNA, existe uma crescente demanda por compras pelo Poder Público. “Não só os municípios, mas também o estado e o Governo Federal, por lei, precisam se abastecer, principalmente da agricultura familiar, e essa é uma grande oportunidade. Há uma crescente exigência dos consumidores em termos do certificado de origem e de produtos naturais”.

Figueiredo disse que o Estado do Rio de Janeiro mantém uma estrutura pública de apoio ao produtor, mas ressaltou também os pontos fracos.

“O nível médio de escolaridade do produtor é baixo. Existe ausência de processos de produção para as cadeias produtivas. Hoje, se o empresário resolve produzir ameixa, goiaba ou leite, ele não tem uma informação básica de quais são os cuidados mínimos ou quais são os sistemas de produção mais viáveis para aquelas atividades. Isso precisa ser desenvolvido”, ressaltou.

 

Jornal da Alerj nº 338 – dezembro/18

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