JBS importa milho da Argentina e avalia compra do cereal dos EUA

Empresas produtoras de carnes do Brasil estão retomando suas importações de milho conforme agricultores locais retêm grãos, criando uma paridade entre os preços locais e internacionais. A informação foi divulgada à Reuters por três fontes na última sexta-feira.

A companhia de carnes JBS comprou 30.000 toneladas de milho da Argentina para ser usado como ração, com entrega programada para abril em porto de Santa Catarina, segundo uma fonte com conhecimento do assunto. No entanto, a fonte não quis se identificar porque não está autorizada a discutir a questão.

A JBS, que importou milho pela última vez em março de 2017, está negociando importações adicionais de milho da Argentina e dos Estados Unidos para serem entregues a partir de maio, de acordo com informação da primeira fonte.
O Brasil consome cinco milhões de toneladas de milho a cada mês.

A companhia tem como grandes competidores no Brasil a BRF e a Aurora Alimentos, que também estariam avaliando importações de milho, segundo a fonte.

As duas outras fontes disseram que a demanda por milho estrangeiro é causada pela retenção de vendas por produtores e obstáculos logísticos entre a região Centro-Oeste e áreas de importante produção de carne, como Santa Catarina.

A proximidade do estado com o Paraguai e a Argentina propicia às companhias locais um incentivo para procurar milho nesses países, ao contrário de Mato Grosso (maior produtor brasileiro), que está mais distante, disse uma das fontes. O estado geralmente produz milho na segunda safra, que começa a entrar no mercado somente a partir do meio do ano.

Além da JBS, a mesma fonte disse que outra grande empresa em Santa Catarina está importando milho do Paraguai.
O movimento deve se intensificar em abril, conforme melhorias forem feitas no corredor logístico ligando fazendas paraguaias e o Sul do Brasil, informou a fonte.

JBS, BRF e Aurora têm capacidade de abater aproximadamente 13.5 milhões de aves e 76.000 suínos por dia, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Um grupo de trabalho foi criado na entidade para discutir maneiras de melhorar o acesso aos fornecedores de milho, disse a terceira fonte, acrescentando que o grupo conversou sobre importação de milho dos EUA.

A JBS afirmou que a ABPA poderia prestar informações sobre o assunto. BRF, Aurora e ABPA se recusaram a comentar a questão.

 

Fonte: Reuters

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