Iranianos pedem cooperação brasileira para aumentar oferta de alimentos

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) recebeu nesta terça-feira, 27 de outubro, integrantes da Comissão de Agricultura da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, que pediram cooperação brasileira para atender à crescente demanda por alimentos naquele país. Os deputados ainda mostraram interesse em firmar parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para intercâmbio de profissionais e pesquisa em vacinas e produtos transgênicos.

O presidente da comissão, deputado Abas Rajaei, afirmou que a República Islâmica do Irã prevê que, em 20 anos, sua população saltará de 80 milhões para 150 milhões. O crescimento deverá ser acompanhado por aumento da produção própria e da importação de alimentos, acrescentou o parlamentar.

Os iranianos comem diariamente uma média de 29 gramas de proteína e, de acordo com Rajaei, o governo pretende dobrar esse consumo em 15 anos, o que poderá significar grandes oportunidades de negócios para o Brasil, que é o principal fornecedor de carne bovina para o Irã. Em 2014, as exportações brasileiras totalizaram US$ 324,3 milhões, o que representou 84% do total importado por aquele mercado.

“Brasil e Irã, especialmente nas últimas décadas, têm tido boas colaborações e desejamos que se desenvolva ainda mais”, ressaltou o deputado iraniano. “Mesmo que nossa vizinhança tenha países como Cazaquistão, Ucrânia e Austrália, que podem oferecer produtos agrícolas necessários, queremos continuar nosso bom relacionamento comercial com o país amigo que é o Brasil”, completou.

CARNE BOVINA

A ministra afirmou que o Brasil está pronto para ampliar suas exportações de carne bovina – produto cujo embargo no Paraná foi derrubado em agosto deste ano após negociações entre as autoridades sanitárias brasileiras e iranianas.

“Temos todos as condições de ajudar a cumprir essa importante meta de aumentar o consumo de proteína no país”, destacou a ministra, acrescentando que o Brasil prioriza o cuidado com normas sanitárias e fitossanitárias, a fim de transmitir confiança aos consumidores internos e externos.

Kátia Abreu enfatizou ainda que os produtores brasileiros têm todas as condições de cumprir as exigências do abate halal (forma como os animais devem ser abatidos para consumo dos muçulmanos).

EMBRAPA

Os deputados iranianos também manifestaram interesse em firmar cooperação entre o instituto de pesquisa de vacinas e produtos agropecuários daquele país com a Embrapa, inclusive com intercâmbio de pesquisadores. A proposta teve apoio da ministra.

“Em 40 anos, fizemos uma verdadeira revolução verde, passando de importadores de alimentos para a maior agricultura tropical do planeta. A chave dessa revolução, desse sucesso, foi a Embrapa e hoje temos muito orgulho em dividir nossa experiência e conhecimento. Contem conosco”, afirmou a ministra.

Fonte: Ministério da Agricultura

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