Ipea revê para cima a estimativa do PIB Agro de 2019 e 2020

O Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou de 0,50% para 1,40% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário em 2019. Para 2020, espera-se que o setor cresça mais que 3% nos dois cenários avaliados.

Levando em consideração a estimativa de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada neste mês, a previsão de crescimento é de 3,20% no ano que vem. A projeção vai a 3,70% segundo o levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para os dois cenários, os pesquisadores do Ipea também consideraram informações do USDA para a pecuária. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (19/11), na seção de Economia Agrícola da Carta de Conjuntura do Ipea, apresentada em seminário na sede do instituto, em Brasília.

A análise dos componentes do PIB agropecuário aponta que a lavoura deve encerrar 2019 com alta de 1%, e a pecuária com avanço de 1,80%.

Com base nos dados do IBGE, os principais destaques do terceiro trimestre do ano foram o milho e o algodão, pelo lado agrícola, com aumentos previstos de 23,20% e 39,70%, respectivamente, e os ovos, pela pecuária, com aumento de 3,40% em sua produção. O PIB do setor agropecuário cresceu 2,70% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Para 2020, a pecuária será protagonista, com expectativa de crescimento de 4,30%, influenciado por uma alta de 5,80% na produção de bovinos. Ainda segundo o Grupo de Conjuntura do Ipea, a pecuária deve registrar recorde de produção, impulsionado principalmente pelo aumento na demanda de mercados como China, Hong Kong e Emirados Árabes.

Em relação aos produtos agrícolas, a previsão é de que a soja, grão que possui o maior peso no PIB do setor, cresça no mínimo 4,70% em 2020. Já a produção de milho, destaque em 2019, deve sofrer queda de ao menos 1,70% na safra 2019/2020.

Exportações: milho versus soja

As exportações até outubro de 2019 foram marcadas por uma dicotomia. Enquanto o milho foi o grande destaque positivo, com desempenho sem precedentes, a receita das vendas aumentou 123% no período, resultado do crescimento de 122% no volume e 1% nos preços. Já a receita das exportações da soja no mesmo período caiu 22%.

No caso do milho, as exportações para alguns mercados como Taiwan, Coreia do Sul e Vietnã, aumentaram mais de seis vezes, ao mesmo tempo em que as vendas para o Japão cresceram 37 vezes. O Irã, principal destino do milho brasileiro, ampliou suas compras em 27,80%.

O grão nacional também é mais barato que o norte-americano, que, por sua vez, teve as exportações prejudicadas neste ano por fatores climáticos.

 

Agrolink

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp