O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (25/8), análise de conjuntura do setor agropecuário, com expectativa de crescimento de 3,20% no Produto Interno Bruto do setor em 2021. A projeção para 2020, no entanto, foi revista de 2% para 1,50%.
Apesar da melhora das estimativas para a lavoura, de 3% para 3,60% em 2020, a pecuária deve recuar 2,80%, sobretudo devido à queda de 6,30% prevista para a produção de carne bovina.
O desempenho para o PIB agropecuário 2020 deve ser sustentado principalmente pela lavoura. Destaque este ano para o crescimento da produção de soja (5,90%), arroz (7,30%), trigo (41%), cana-de-açúcar (2,40%) e café (18,20%), segundo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE).
Entre os componentes da pecuária, carne suína e ovos devem contribuir para o crescimento estimado, com 5,200% e 2,8%, respectivamente.
Para 2021, a estimativa do Ipea é de crescimento de 3,20% no PIB da lavoura e 5% no da pecuária. A produção de milho deve avançar 9,10% e a de soja 10,50%, segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a pecuária, a perspectiva é de recuperação em todos os segmentos, bovinos, frango, suínos, leite e ovos, liderados pelo crescimento de 6,30% da carne bovina.
A seção de economia agrícola da Carta de Conjuntura do Ipea também faz uma análise do desempenho da balança comercial do setor em 2020.
De janeiro a julho, as exportações brasileiras aumentaram 11% em valor em comparação com o mesmo período do ano anterior. Carne suína (162%), complexo sucroalcooleiro (59,10%), produtos de soja (30,60%) e carne bovina (161,10%) foram os destaques.
Quanto às importações, os dez principais produtos agropecuários importados pelo Brasil registraram queda de 9% no valor em relação a 2019. O resultado foi puxado por salmão (-35%), malte (-15%) e alho (-13%).
Com relação ao crédito rural, a análise do Ipea conclui que as condições de juros, inadimplência e prazo se mantiveram favoráveis para a próxima safra, especialmente para o pequeno e médio produtor, apesar do cenário de maior incerteza econômica devido à pandemia.
O volume de crédito contratado em julho, primeiro mês do Plano Safra 2020/2021, alcançou R$ 23.9 bilhões, 48,80% a mais em relação a julho do ano passado. Os dados apontam para a continuidade de expansão do crédito, de maneira sólida e sustentável, com destaque para o crédito de custeio nos próximos meses.
Ipea
