Ao buscar mais rendimentos no campo, o agricultor brasileiro está cada vez mais ágil, conectado, “digital” e muito mais ligado ao que ocorre dentro e fora da sua propriedade. Por isso, investir no lado empreendedor pode fazer toda a diferença para a gestão da empresa rural, aumentando sua produtividade e, consequentemente, a rentabilidade do agronegócio.
Atentas a essa convergência, diversas empresas do agro disponibilizam tecnologias para monitoramento de dados, discussões, compartilhamento de informações e também de estudo e pesquisas. Trata-se de uma verdadeira rede rural de transformação.
DADOS DO SETOR
O agronegócio brasileiro é um dos pioneiros na utilização de novas tecnologias. Dados da Secretaria Executiva da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) mostram que 67% das propriedades agrícolas do País utilizam alguma forma de tecnologia, seja na área de gestão dos negócios, seja nas atividades de cultivo e colheita.
“Atualmente, a conectividade do produtor mudou muito comparado a épocas passadas. Hoje, 42% dos produtores possuem acesso à internet; 84% acessam diariamente; 36% acessam mais de quatro vezes ao dia; 61% possuem smartphone; e 77% possuem redes sociais”, aponta Fernando Rossetti, engenheiro agrônomo e diretor comercial da Perfect Flight.
A 7ª edição da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, realizada em junho de 2016 pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), confirma essa convergência, já que 21% dos entrevistados têm curso superior, especialmente em agronomia (42%), veterinária (9%) ou administração de empresas (7%).
A pesquisa ouviu 2.835 agricultores e produtores de animais de 15 estados de todas as regiões do país, a idade média dos entrevistados é de 46,5 anos.
O mesmo estudo revelou ainda que em torno de quatro, em cada grupo de dez produtores rurais, acessaram a internet nos últimos 30 dias. Desse total, 93% visitaram as redes sociais.
BOA GESTÃO
A boa gestão no planejamento de processos é fundamental para que o produtor tenha bons resultados na colheita. Levando em conta que o segmento representa 22,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, é fundamental a utilização de estratégias que garantam a boa gestão, por exemplo.
Respondendo a essa necessidade, o setor conta com um crescimento de aplicativos e startups que realizam diversos serviços, entre eles o monitoramento aéreo, que monitora do plantio à colheita.
PIONEIRISMO
Um exemplo desse modelo de negócio, que surge nesse cenário de desenvolvimento no meio rural, é a Perfect Flight, startup pioneira no monitoramento agrícola aéreo no Brasil.
Com pouco mais de dois anos de atuação, a empresa já monitorou mais de 32 mil talhões e 554 mil hectares no País. Sua atuação consiste no levantando de dados essenciais para minimizar desperdícios, redução de custos, aprimoramento de espaço de aplicação e aumento da produtividade.
A startup já conta com o reconhecimento e parcerias firmadas com grandes nomes e marcas agrícolas nacionais e internacionais, como Bayer, Basf, FMC, Syngenta e Ourofino Agrociência.
Para Rossetti, uma das principais vantagens em contratar serviços de tecnologia é a garantia de retorno do valor investido na produção.
“A Perfect Flight atua diretamente no pós-venda, buscando sempre caminhar junto ao cliente, identificando possíveis dificuldades e dúvidas dos produtores. Nosso objetivo é aprimorar o software com indicadores que supram as necessidades diárias do agricultor”, destaca o engenheiro.
OUTRO EXEMPLO
Outro exemplo de como a tecnologia auxilia a gestão é a pesquisa realizada pela Embrapa Pecuária Sudeste, com o apoio do Sistema Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais).
As fazendas leiteiras participantes do projeto Balde Cheio, naquele Estado, produziram cinco vezes mais leite, em 2016, em comparação à média nacional estimada por propriedade, ao adotarem ferramentas de gestão.
A partir de uma amostra de 288 produtores de 108 municípios mineiros, observou-se que a produção diária de leite de uma propriedade assistida pelo programa foi de 391 litros, enquanto a média nacional é de 72 litros ao dia por fazenda.
Em média, cada produtor gerou uma renda anual de aproximadamente R$ 198 mil, valor superior ao observado em sistemas tradicionais de baixa produtividade. A margem bruta de lucro anual também é positiva, cerca de R$ 60 mil.
SEBRAE
Além das ferramentas de gestão, diversas instituições atuam para orientar os empreendedores rurais. O Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), por exemplo, auxilia o processo de formalização dos micro empreendedores individuais rurais e oferece acesso à internet e auxílio técnico com projetos específicos.
Um exemplo é o programa “No Campo”, um conjunto de produtos e serviços feitos para o empreendedor rural que disponibiliza cursos, consultorias, palestras e outras opções para aumentar a lucratividade do agronegócio.
Por meio dele, os participantes aprendem a administrar a propriedade rural, melhorar o comércio de seus produtos agropecuários e entender como o empreendedorismo, a liderança e a gestão ajudam a crescer.
As soluções estão agrupadas em cinco temas: Gestão, Empreendedorismo, Associativismo, Liderança e Comercialização.
SENAR
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) também possui um projeto de capacitação: o Empreendedor Rural, desenvolvido em 136 horas.
Esse programa mescla conteúdos técnicos de gestão e elaboração de projetos com conteúdos importantes de desenvolvimento humano, sucessão familiar, aspectos jurídicos relacionados à propriedade, entre outros.
A elaboração do projeto norteia o produtor rural participante para administrar melhor a fazenda ou empresa, implantando uma nova atividade, ampliando as já existentes, garantindo mais rentabilidade e sustentabilidade e, assim, melhorando a qualidade de vida própria e familiar.
Fonte: Assessoria de comunicação da startup Perfect Flight com edição d’A Lavoura