A safrinha brasileira de milho inicia o ciclo 2019/20 com preocupações relacionadas à janela de plantio, devido aos atrasos iniciais na safra de soja. Ainda assim, a área plantada está estimada em 13.17 milhões de hectares pela INTL FCStone, com aumento de 2,24% em relação a 2018/19. “Os preços mais sustentados e as exportações recordes podem acabar incentivando a safrinha”, indica a analista Ana Luiza Lodi.
Em sua primeira estimativa para a safrinha de milho 2019/20, a consultoria estima uma produção de 72.11 milhões de toneladas, ou seja, um milhão de toneladas a menos que o recorde registrado no ciclo anterior. Já a produtividade segue a tendência dos últimos anos, de 5,48 toneladas por hectare, não superando o recorde deste ano.
Com relação à primeira safra de milho 2019/20, a INTL FCStone revisou a estimativa para 26.65 milhões toneladas, com aumento de 184.000 toneladas em relação à estimativa divulgada no início de novembro.
“Esse leve aumento da produção foi resultado de uma revisão na produtividade esperada para o Rio Grande do Sul, que passou de 7,26 para 7,49 toneladas por hectares, diante de condições climáticas muito favoráveis para o desenvolvimento do cereal”, explica Ana Luiza.
Como o Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar na produção de milho na primeira safra, o ajuste no rendimento do estado impactou também a produtividade média do Brasil, agora estimada pela INTL FCStone em 6,39 toneladas por hectare.
As exportações de milho foram estimadas em 35 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno foi calculado em 68.5 milhões de toneladas.
Mesmo considerando um consumo maior, com a produção total de milho (primeira, segunda e terceira safras, no caso utilizando-se do número da Conab para a terceira safra) em 99.92 milhões de toneladas, os estoques ficariam acima de dez milhões de toneladas.
Contudo, a INTL FCStone alerta que pode haver mudanças significativas em variáveis da safra 2019/20. A safra 2018/19 ainda não está fechada e as exportações podem ficar acima das 39 milhões de toneladas.
Soja
A revisão de dezembro da estimativa de produção de soja 2019/20 da INTL FCStone mostra uma redução marginal, ficando em 121.6 milhões de toneladas, com queda de apenas 178.000 toneladas em relação ao número de novembro.
Essa redução foi resultado da revisão da produção do Mato Grosso do Sul, onde temperaturas muito elevadas produziram algumas falhas nas lavouras. Não se pode falar em quebra, mas de uma pequena redução no potencial produtivo.
“Não houve ajustes na área plantada e as perspectivas continuam positivas, com o regime de chuvas apresentando um padrão mais regular em todo o país”, indica a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi. O clima nas próximas semanas deve ser acompanhado de perto, já que o nível de umidade é central na fase de enchimento de grãos.
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