Com a conclusão da colheita da safra 2016/17 de algodão nos principais estados produtores, cotonicultores podem respirar mais aliviados com os resultados que têm sido verificados. Recuperados de um ciclo (2015/16) desfavorecido pelo clima, e mesmo após uma redução de 1,7% na área plantada em 2016/17, os rendimentos médios constatados, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devem ser os maiores já observados pela cotonicultura brasileira, uma média de 1.629 kg de pluma por hectare.
“Após os resultados do ciclo 2015/16 terem sido afetados pelo clima seco, em função do fenômeno meteorológico El Niño, o ano-safra atual (2016/17) apresentou evolução significativa da produtividade dos algodoais”, indicou a consultoria INTL FCStone em relatório.
O desempenho recorde das lavouras contribuiu para um aumento de 22% na produção brasileira de algodão em 2016/17, estimada pelo grupo em 1.567.900 toneladas. Já para o ano-safra 2017/18, a INTL FCStone projeta que a área cultivada cresça 20%, atingindo 1.129.100 hectares, o que representaria a maior extensão desde a temporada de 2011/12.
Levando em consideração as expectativas da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), a INTL FCStone espera que o Mato Grosso aumente em 15% a extensão plantada com algodão, passando para 720.500 hectares. O mesmo aumento deve ser verificado no Mato Grosso do Sul, influenciado positivamente pelos rendimentos observados no ciclo que se encerra, que permitiu clima benéfico ao estado.
Já em relação ao Nordeste, segunda principal região produtora da pluma no Brasil, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) prevê um incremento de 30% de áreas dedicadas à produção de algodão, caso se mantenham condições hídricas e ambiente favorável de preços para o cultivo e comercialização da fibra.
Após se expandir em 2016/17, a área plantada do Maranhão deve se manter estável no próximo ciclo. “A boa qualidade da fibra e a rentabilidade da cotonicultura maranhense, devem, no entanto, contribuir para o avanço da cultura sobre a área de milho na safrinha”, indica a consultoria.
Segundo a Associação Maranhense dos Produtores de Algodão (Amapa), a projeção é de que a participação da área de algodão da segunda safra cresça de 16% para 37% do total, ganhando maior importância na rotação de culturas no sul maranhense, ao avançar sobre a safrinha do milho.
Para o Sudeste, a expectativa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) é de que ocorra uma expansão de área de 35% em 2017/18, impulsionada pela melhora nos rendimentos médios das lavouras do estado para 3.975 kg de algodão em caroço por hectare na temporada atual.
Do mesmo modo, a Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), sinaliza a disposição dos produtores em expandir a área plantada de São Paulo. “A boa qualidade da fibra paulista, com uma produtividade média de 3.900 kg/ha de algodão em caroço, deverá manter o otimismo dos cotonicultores locais e contribuir para um aumento de até 7.500 hectares na extensão cultivada com algodão no estado”, indica a entidade.
Fonte: INTL FCStone