INTL FCStone aponta eventos que impactaram a política, a economia e o agronegócio mundial em 2017

O ano de 2017 foi de intensa movimentação política, marcado por uma grande operação anticorrupção no Brasil, que já vinha sendo realizada, com a operação Lava Jato (que completou três anos no começo de 2017).

Neste ano, ainda, ganharam destaque as intempéries provocadas pela operação Carne Fraca; a delação da JBS; as denúncias contra o presidente Michel Temer e a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento sobre a aquisição do tríplex em Guarujá pelo juiz Sergio Moro. Além disso, outro tema que controverso foi o desenrolar das reformas econômicas propostas pelo governo.

A economia brasileira, por sua vez, apresentou uma nítida melhora no consumo, com inflação em baixa e encerrando o ano com a menor taxa Selic da história. Os Estados Unidos seguiram em ritmo de estímulos econômicos, e o Banco Central do país optou por elevar três vezes, ao longo de 2017, a taxa de juros por lá.

Olhando ainda um pouco para o plano internacional, nota-se a alteração de padrões, até então consolidados e tradicionais da política e economia mundial, com o republicano Donald Trump tornando-se oficialmente presidente dos Estados Unidos, alterando algumas concepções, até então, clássicas no país.

A eleição presidencial francesa foi mais um destaque, considerada prova de fogo para a União Europeia, com a vitória do candidato de centro Emmanuel Macron.

As eleições do parlamento britânico, cuja disputa foi convocada antecipadamente pela primeira-ministra Theresa May, como objetivo de ampliar sua maioria no Parlamento, revelou-se uma decisão equivocada, pois o partido conservador perdeu vagas e a maioria absoluta do mesmo.

O governo da chanceler alemã Angela Merkel também atravessou um terremoto político depois de não conseguir formar uma coalizão que daria maioria no Parlamento.

Já no âmbito agrícola, apesar dos rumores com problemas climáticos, a INTL FCStone destacou, em seu relatório de retrospectiva, o aumento das áreas plantadas com safras recordes sendo colhidas.  Os estoques mundiais ficaram cerca de 1,3% maiores para o ciclo 2017/18, no caso da soja.

Ainda em relação à soja, os grandes produtores mundiais, Estados Unidos e Brasil, colheram recordes de 120.4 milhões de toneladas (USDA, 2017 – Ciclo 2017/18) e 114.07 milhões de toneladas (Conab, 2017 – Ciclo 2016/17), respectivamente.

“A queda no dólar inibiu a comercialização do produtor ao longo do ano e os custos operacionais foram relativamente maiores, reduzindo as margens”, disse a consultora de Gerenciamento de Riscos do grupo, Silvia Bampi.

Outro destaque foi a safra de milho no Brasil (2016/17), que atingiu 97.84 milhões de toneladas, de acordo com a Conab, recompondo estoques. A oferta abundante do produto pressionou os preços no país, e a falta de espaço para armazenagem surgiu como empecilho à indústria consumidora.

As reduções de área para o plantio da safra verão de milho no Brasil tornou-se realidade, enquanto para os EUA a mesma deverá ser mantida, no próximo ciclo, dada a redução observada no ciclo 2017/18. Com a demanda por grãos aquecida, as exportações foram expressivas ao longo do ano. No Brasil, no acumulado até o momento, foram exportadas mais de 67 milhões de toneladas de soja e cerca de 26 milhões de toneladas de milho.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou que o país poderia ter exportado mais 200.000 toneladas de carne de frango e de porco neste ano, se não fosse o impacto da operação Carne Fraca, indicando ainda que o país deverá encerrar 2017 com recuo de mais de 1% nas exportações em relação a 2016.

Para a carne bovina, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), destaca que, apesar de 2017 ter sido marcado pela operação Carne Fraca, delações da JBS e embargos de Estados Unidos e Rússia, as exportações de carne bovina devem registrar alta de 9% em relação a 2016.

No próximo ano, segundo a ABPA a produção de carne de frango deverá superar de 2% a 4% o total produzido em 2017, e poderá elevar as exportações entre 1% e 3%. Já as exportações de carne bovina do Brasil devem crescer cerca de 10% em 2018, tanto em volume quanto em receita, segundo a Abiec.

Em relação ao mercado de açúcar, 2017 trouxe uma mudança na situação dos estoques mundiais, que até então vinham em situação de déficit, e passaram para uma nova posição de superávit. Isso devido à recuperação, principalmente, da produção indiana, e a um processo de liberalização ocorrido na União Europeia, que aumentou substancialmente as exportações e, por consequência, a produção de beterraba açucareira por lá.

 

Fonte: INTL FCStone

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