Indústrias avícolas propõem contratos de compra e venda a produtores de milho para incentivar plantio

Após uma sequência de adversidades climáticas que culminou na quebra da safra de grãos do País, o setor avícola segue preocupado com a escassez e alta dos preços de milho no mercado a para produção de proteína animal.

A fim de mitigar os impactos negativos que esse cenário traz para a avicultura paranaense, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) iniciou uma mobilização, por meio de reuniões, para que as empresas do setor realizem contratos com produtores de milho para incentivar o plantio de verão – ação que já foi iniciada por algumas indústrias.

“Os produtores já fizeram esses seus pacotes tecnológicos para plantar soja, mas, no momento, o milho está rentabilizando mais o agricultor que a oleaginosa”, disse o presidente do Sindiavipar, Irineo da Costa Rodrigues.

Sendo assim, disse ele, “nós, como setor, estamos conversando para oferecermos um preço, em contratos futuros, que seja estímulo para o produtor plantar o milho em, pelo menos, uma parcela da sua área. Dessa forma, poderíamos ter, no verão, uma boa colheita do grão, e amenizar um pouco a falta desse insumo.”

Gargalos na logística

Além desta ação organizada pelo setor, outras medidas serão necessárias para que haja disponibilidade do grão para a atividade avícola, como a importação do milho de outros países como Paraguai e Argentina. Entretanto, gargalos na logística encarecem esse procedimento.

“Nós encontramos uma dificuldade porque nossa logística foi desenvolvida para exportar grãos, não para receber grãos do porto e levar para o interior. Isto terá que vir por caminhões”, afirmou Rodrigues.

“Além disso, poderá haver congestionamento nos portos, pois nesse período estão chegando fertilizantes para a produção da lavoura que será plantada nos meses de agosto e setembro.” Segundo o presidente do Sindiavipar, esta dificuldade no escoamento do milho para o interior do país é um aspecto que preocupa o setor.

“Esse é um gargalo que deveria ser resolvido em curto prazo. Caso contrário, estamos projetando um cenário de muita dificuldade, no qual o custo do frango está aumentando muito, assim como de outras proteínas que têm o milho formando seus custos de produção”.

Empregos

Rodrigues destacou ainda que a resolução desses problemas é positiva também para a economia paranaense. Isso porque a atividade emprega 85.000 pessoas diretamente, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Além disso, o segmento estima que a cada um emprego direto, outros 17 indiretos são gerados. “Isso quer dizer que aproximadamente 10% da população paranaense é impactada direta e indiretamente pela avicultura do Estado do Paraná, que é uma atividade de grande importância”, destacou o executivo.

Expectativas

O objetivo dos debates é encontrar alternativas para a produção avícola até a segunda safra, que ocorrerá somente na metade do próximo ano. Entretanto, a safra também depende das condições climáticas.

“É preciso agora que as chuvas recomecem no mês de agosto, para que a soja possa ser plantada nos meses de setembro e começo de outubro. Isso vai permitir a colheita e também o plantio de milho fevereiro, garantindo, assim, uma safra mais certa, no mês de junho e julho do próximo ano”, concluiu Rodrigues.

 

Fontes: Sindiavipar/AviSite

Equipe SNA

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