Indústria passa a oferecer serviço de mapeamento agrícola por drone

A partir deste mês, a indústria de máquinas agrícolas Case IH irá oferecer aos seus clientes um pacote de serviços a partir do mapeamento aéreo por drones. O sistema permite identificar falhas de plantio, mapear linhas de colheita, altimetria e volumetria, verificar a saúde das plantas, contar a população de árvores por hectare e analisar a qualidade do espaçamento, as linhas de colheita e a aplicação de taxa variável.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1/8) durante a Conferência de Agricultura de Precisão realizada na unidade de treinamento da Case, em Sorocaba (SP).

“A Case não vai vender drones. O que vamos oferecer é um serviço por meio de nossos concessionários para agregar valor às máquinas da marca, aumentar a lucratividade da lavoura e auxiliar o produtor na tomada de decisões”, diz Silvio Campos, diretor de marketing de produto da empresa pertencente ao grupo CNH Industrial (que inclui a marca New Holland).

Neste caso, o concessionário identifica qual é a necessidade do cliente e monta um plano de ação. Um operador licenciado vai à fazenda, que não precisa ter conectividade, para captar as imagens com um drone. As imagens são processadas pela empresa parceira da Case, a Bembras Agro, especialista em drones e soluções para agricultura de precisão.

Depois, o produtor recebe os relatórios e mapas para instalação no piloto automático da máquina que vai trabalhar no campo. O prazo para a entrega dos mapas depende da complexidade do trabalho. Johann Coelho, da Bembras, disse que um mapa de altimetria, por exemplo, fica pronto em dois dias.

Felipe Souza, gerente de negócios e soluções da CNH, diz que, no caso de um talhão de 30 hectares de cana-de-açúcar, por exemplo, as imagens que vão gerar os diversos mapas são captadas em 40 minutos.

Segundo ele, o levantamento de dados para um mapa de altimetria feito com um funcionário e trator em terra não teria a mesma precisão, demandaria cinco horas de trabalho e custaria o dobro. O investimento do cliente para ter o mapa e o relatório das linhas de plantio nesse exemplo seria de R$ 1.100,00.

Souza afirma que os mapas poderão ser usados também em máquinas de outras marcas, desde que haja compatibilidade de leitura. “Mesmo produtores que não fizeram plantio com piloto automático podem melhorar a eficiência da colheita com a geração de linhas georreferenciadas pelo drone”, disse ele. “Além disso, o produtor consegue ter noção da área de plantio que perdeu e identificar áreas de pisoteio.”

De imediato, apenas duas concessionárias, a Tracan de Ribeirão Preto (SP) e as unidades da Trator Case no Paraná, estão capacitadas a fazer o mapeamento aéreo. O plano da Case é ter, até o final do ano, dois concessionários por região do país aptos a oferecer o serviço, que tem três kits: básico (para áreas menores), profissional e avançado.

Para começar a oferecer o mapeamento aéreo por drones, a marca fez seis projetos pilotos, incluindo áreas no Paraguai e Uruguai. Os testes ocorreram em plantações de cana, eucalipto e arroz, entre outras.

Nos Estados Unidos, a Case tem modelo de negócios semelhantes com drones desde fevereiro de 2017. A diferença é que lá a empresa vende o drone ao produtor. “O perfil do cliente dos EUA é diferente. Ele próprio opera o aparelho”, disse Souza.

Exportação

A Case IH do Brasil acaba de fechar a exportação de mais 50 colheitadeiras de grãos Axial-Flow 6130 para a Austrália, segundo informação do diretor de marketing de produto da empresa. O negócio se soma às 15 máquinas já embarcadas para aquele país, que marcou a primeira exportação da fábrica brasileira para fora da América Latina. Antes, os australianos compravam da Case dos EUA.

“Convidamos produtores australianos para visitar nossa fábrica e eles viram que o acabamento, tecnologia e robustez da nossa máquina atendem muito bem às suas necessidades”, afirmou Campos, enfatizando que foi um caso de escolha de produto e não de economia, “porque o preço não teve diferença em relação ao cobrado pela Case dos EUA”.

A unidade de Sorocaba, que foi reativada pela CNH em 2010 com um investimento de cerca de U$ 100 milhões, tem fábrica, centro de treinamento, quase dois mil funcionários e produz colheitadeiras e peças para pulverizadores. Atualmente, em turno de oito horas, fabrica 11 colheitadeiras por dia. A capacidade de produção, no entanto, é de 20 unidades, em dois turnos.

 

Fonte: Globo Rural

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp