Entrevistamos João Carlos Marchesan, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). O dirigente projeta que a indústria de máquinas agrícolas tem expectativa de crescimento de 8%.
Agrolink – Como avalia o momento do agronegócio e do setor de máquinas e implementos no Brasil?
João Carlos Marchesan – No último ano, o agronegócio foi responsável por boa parte do crescimento do PIB em função da super safra. O valor estimado da safra brasileira de grãos deve chegar a 228.5 milhões de toneladas, apenas 3,9% inferior à safra 2016/2017. No entanto, devemos ressaltar que a receita bruta total da safra 2017/2018 está estimada em R$ 209.6 bilhões, bem superior à receita da safra 2016/2017, que foi de R$ 167.4 bilhões. A indústria de máquinas agrícolas, em função disto, iniciou o ano com expectativa de crescimento de 8%. No mercado externo, por outro lado, está mantendo um bom desempenho o que deve garantir um bom desempenho ao setor.
Agrolink – Quais são os principais desafios e oportunidades para a indústria?
João Carlos Marchesan – O setor agrícola tem uma ligação intensa com o setor industrial, os avanços de tecnologia observados na agricultura vem da indústria que acompanha de perto sua evolução e necessidade. O grande desafio da indústria é manter esta ligação proporcionando à agricultura novos ganhos de produtividade.
Agrolink – Os juros menores propostos pelo Plano Safra agradaram? São capazes de aquecer o setor?
João Carlos Marchesan – É claro que juros mais baixos garantem maior competitividade aos bens produzidos no mercado doméstico, mas o melhor desempenho tem relação com a safra e com o preço dos produtos agrícolas que garantem ao produtor maior rentabilidade lhe permitindo investimento. O atual cenário de desvalorização do real deve potencializar o poder competitivo do setor agrícola no mercado internacional.
Agrolink – Como projeta o desempenho para esse ano?
João Carlos Marchesan – Para este ano, apesar da safra prevista, ser inferior à do ano passado, nossa expectativa é de crescimento das vendas de máquinas ao redor de 8%, puxado mais fortemente pelas vendas no mercado externo.
Fonte: Agrolink