Indicadores Cepea: soja, milho e mandioca

Soja: negócios da soja e derivados são prejudicados pela greve dos caminhoneiros

Os negócios envolvendo soja e derivados no mercado interno foram comprometidos pela greve de caminhoneiros. Indústrias consultadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) relatam ter baixo estoque de soja e, com isso, algumas reduziram o ritmo de processamento, enquanto outras já estão paradas.

Sojicultores, por sua vez, como de costume para este período, já negociaram boa parte de sua produção e, agora, estão interessados em guardar o remanescente da safra para escoar no segundo semestre. Esse contexto pode elevar os preços da soja com mais força no curto e médio prazo.

Para os derivados, em muitas regiões brasileiras, agentes consultados pelo Cepea relatam diminuição e/ou suspensão de abates de aves e suínos, refletindo em aumento no uso de farelo de soja nas granjas. O derivado é um dos principais alimentos desses animais.

Entre os dias 18 e 25 de maio, o Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 0,75%, a R$ 86,47/saca de 60 kg na sexta-feira (25). No mesmo comparativo, o Indicador Cepea/Esalq Paraná ficou praticamente estável (- 0,1%), a R$ 80,13/saca de 60 kg no dia 25.

 

Milho: escoamento travado e vendedores retraídos impulsionam preços

A paralisação de caminhoneiros tem comprometido o escoamento do milho aos principais centros consumidores. O relato de muitos compradores consultados pelo Cepea é de que os estoques estão curtos e que, em alguns casos, indústrias já reduzem o ritmo de processamento. Vendedores, por sua vez, estão retraídos, atentos à produtividade das lavouras da segunda safra.

Nesse ambiente, os preços do milho seguem em alta, se aproximando dos R$ 45/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde agosto de 2016. Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador Esalq/BM&FBovespa avançou 3,8% entre os dias 18 e 25 de maio, para R$ 44,23/saca de 60 kg na sexta-feira (25).

 

Mandioca: cotações caem devido à fraca demanda 

Com necessidade de entregar áreas arrendadas ou mesmo de se capitalizar para o plantio da safra 2017/2018, agricultores intensificaram a comercialização de mandioca no início da semana passada. Porém, esse cenário foi amenizado no correr do período, devido à retração de parte dos mandiocultores e à greve dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira (21/5).

Algumas fecularias diminuíram o ritmo de moagem, enquanto outras interromperam o processamento, por causa da baixa liquidez e à falta de interesse em formar estoques. Neste cenário de demanda enfraquecida, a média semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 416,71 (R$ 0,7247 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), com baixa de 9,7% frente ao período anterior.

 

Fonte: Cepea

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