Indicadores Cepea: milho, soja, mandioca, melão e laranja

Milho: cotações voltam a cair no Brasil

Os preços do milho voltaram a enfraquecer na maior parte das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), inclusive em Campinas (SP), onde a demanda vinha sustentando as cotações. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário esteve relacionado ao baixo ritmo de negociação no mercado spot nacional.

Vendedores estão retraídos do mercado, aguardando melhores condições de negociação, fundamentados na perspectiva de aumento nas exportações no segundo semestre. Do lado comprador, muitos realizam pequenas aquisições apenas para o abastecimento de curto prazo, à espera da entrada do milho segunda safra.

Além disso, as estimativas de produção nacional foram reajustadas positivamente na semana passada, tanto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) quanto pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Na região de Campinas (SP), a oferta se sobrepôs à demanda e os preços também caíram. De 5 a 12 de maio, o Indicador Esalq/BM&FBovespa recuou 0,6%, para R$ 28,09/saca de 60 kg na sexta-feira (12).

 

Soja: produtor reduz vendas do grão; demanda por derivado aumenta

Enquanto sojicultores brasileiros têm reduzido as vendas do grão, a demanda da indústria pela oleaginosa está elevada, já que seus estoques estão baixos. Segundo pesquisadores do Cepea, a procura por derivados, por sua vez, também está aquecida, cenário que tem impulsionado os preços do farelo e do óleo de soja.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo de soja subiram 1,4% entre os dias 5 e 12 de maio. No óleo de soja, a alta foi de 1,1%, passando a R$ 2.499,67/tonelada (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) na sexta-feira (12).

Pesquisadores do Cepea indicam que a retração nas vendas por parte de sojicultores se deve à queda na paridade de exportação do grão, que torna as negociações externas menos atrativas. Assim, produtores brasileiros mostram maior interesse em deixar o grão armazenado para comercializar no segundo semestre, com expectativa de que a janela de exportação da oleaginosa seja maior nesta temporada.

Entre 5 e 12 de maio, o Indicador Cepea/Esalq Paraná cedeu 2,2%, passando a R$ 63,47/saca de 60 kg na sexta-feira. O Indicador Paranaguá Esalq/BM&FBovespa finalizou a R$ 68,11/saca de 60 kg no dia 12, um recuo de 2,3% em relação à sexta-feira anterior.

 

Mandioca: com avanço da safra, preços recuam

As cotações da mandioca diminuíram na última semana, refletindo a maior oferta decorrente do período de safra. Entre 8 e 12 de maio, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 465,66 (R$ 0,8098 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg) – 2,3% abaixo da anterior, mas ainda 42% acima da média do mesmo período do ano passado (valores atualizados pelo IGP-DI de abril/2017).

Diante da menor disponibilidade de mandioca de dois ciclos, produtores estão optando pela colheita e comercialização de raízes mais novas, inclusive abaixo de um ciclo.

 

Melão: oferta reduzida e maior qualidade elevam preço no atacado

Apesar da demanda enfraquecida, as cotações do melão tiveram ligeira alta na Ceagesp na última semana. Segundo atacadistas consultados pelo Hortifruti/Cepea, o volume ofertado diminuiu e qualidade das frutas disponíveis aumentou, principalmente daquelas vindas do Vale do São Francisco (BA/PE).

Nesse cenário, entre 8 de 12 de maio, o melão amarelo tipo 6 e 7 foi vendido, em média, a R$ 24,14/caixa de 13 kg na Ceagesp, valor 3% maior que a da semana anterior. Com as temperaturas mais baixas, contudo, o ritmo de comercialização da fruta esteve reduzido na capital paulista, o que limitou as altas dos preços. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br .

 

Vale a pena investir em laranja?

Citricultores têm retomado ou planejado novos investimentos na reforma de pomares no cinturão citrícola (São Paulo e Triângulo Mineiro), conforme indica a equipe da revista Hortifruti Brasil do Cepea. Essa retomada requer uma análise minuciosa para avaliar se o investimento é viável. Isso porque o custo de reforma dos pomares está mais elevado que o observado no passado, devido ao maior adensamento das plantas, a um número maior de tratamentos para controlar o vetor do HLB (greening) e ao tempo menor de vida útil do pomar.

A equipe da revista Hortifruti Brasil, na matéria de capa deste mês, fez dois estudos de viabilidade de reforma de pomares, baseados na recomendação agronômica de consultores do setor, para avaliar os principais drivers do custo de formação de pomares e analisar a possibilidade de novos investimentos em laranja.

O ponto de partida do estudo foi considerar o orçamento da reforma de um pomar, e não o investimento feito do zero. Pesquisadores do Cepea comentam que isso está relacionado ao fato de haver poucos novos agentes no setor, e os produtores tradicionais têm preferido ampliar a tecnologia em vez de expandir a área com laranja.

Assim, o Projeto 1 da revista Hortifruti Brasil avalia a reforma de um pomar sob o sistema de sequeiro e moderadamente adensado e o Projeto 2, por sua vez, possui sistema irrigado e é mais adensado. Em ambos os casos, o orçamento do pomar e a análise de retorno do investimento estão detalhados na matéria de capa.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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