Indicadores Cepea: milho, soja, mandioca e maçã

Milho: média de junho é a mais baixa desde julho/2015; indicador é o menor do ano

Ainda mais pressionados pelo avanço da colheita da segunda safra, os preços do milho caíram para os menores patamares do ano em algumas regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Nesta temporada, a demanda está muito inferior à oferta, que é recorde, o que fundamenta a posição retraída de compradores. A intensidade dos recuos tem preocupado produtores, já que, em algumas regiões, os valores estão abaixo dos custos de produção desta safra.

Em Campinas (SP), o Indicador Esalq/BM&FBovespa teve a menor média do ano no dia 30, de R$ 25,49/saca de 60 quilos, com recuo de 5% em relação à sexta anterior (23). A média do mês, de R$ 26,75/saca, é a menor, em termos reais (deflacionados com o IGP-DI de maio/2017), desde julho de 2015, quando foi de R$ 25,99/saca.

 

Soja: dólar impede quedas em junho

Embora os preços da soja em grão tenham caído no mercado brasileiro na segunda quinzena de junho, a média do mês não foi muito inferior à de maio. Conforme pesquisadores do Cepea, a valorização do dólar manteve produtores retraídos, com expectativa de maior receita com a venda do grão no segundo semestre.

Compradores também estão recuados, à espera de maior oferta com a entrada da segunda safra de milho e a consequente necessidade de liberar espaço nos armazéns para o cereal.

Em junho, o Indicador Cepea/Esalq Paraná teve média de R$ 63,59/saca de 60 kg, e ligeira baixa de 0,7% em relação à de maio. O Indicador da soja Esalq/BM&FBovespa Paranaguá manteve-se estável, com média de R$ 68,95/saca de 60 kg.

 

Mandioca: pequena oferta sustenta cotações

Apesar do avanço da colheita em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, agentes de mercado consultados indicam que a oferta de mandioca está abaixo das expectativas para este período de safra. Além disso, muitos agricultores vêm priorizando atividades relacionadas ao plantio, reduzindo ainda mais a entrega de raízes.

Nesse cenário, a disputa pelo produto aumentou entre as indústrias, o que impulsionou as cotações da mandioca na última semana de junho. Entre 26 e 30 de junho, a média semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 483,87 (R$ 0,8415 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), com alta de 2% em relação ao período anterior. O preço médio de junho, de R$ 473,07 a tonelada, foi 3,2% superior ao de maio.

 

Maçã: com menor oferta e melhor qualidade, Fuji se valoriza

As cotações da maçã Fuji subiram na região de Fraiburgo (SC). Conforme pesquisadores do Hortifruti/Cepea, essa alta pode estar atrelada à menor oferta da fruta, devido à saída gradativa dos pequenos produtores do mercado por conta do término da colheita.

Além disso, alguns deles já encerraram a comercialização da “Fuji de rapa”, melhorando a qualidade da fruta e possibilitando o aumento dos valores pedidos. Entre 26 e 30 de junho, os preços da Fuji graúda Cat 1 tiveram média de R$ 41,00/caixa de 18 kg na região de Fraiburgo, com alta de 5% em relação a semana anterior.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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