Indicadores Cepea: milho, soja, maçã e mandioca

Milho: retração dos vendedores e baixa liquidez sustentam altas; em SP, preço recua

Os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com a divulgação de novas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicando menor produção do milho verão na próxima safra e continuidade do ritmo forte das exportações, a negociação do cereal segue lenta, sustentando o movimento de alta dos valores.

No Estado de São Paulo, por outro lado, diante das altas nas últimas semanas, compradores vêm procurando cada vez mais realizar novos negócios com vendedores do Centro-Oeste, que têm maior disponibilidade do cereal neste período de entressafra paulista. Assim, a entrada de milho do Centro-Oeste pressionou as cotações em São Paulo. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) fechou a R$ 32,68/saca de 60 kg no dia 10/11, com recuo de 0,58% em relação ao dia 3.

 

Soja: dólar elevado incentiva vendas no Brasil e preços voltam ao patamar de fevereiro de 2017

O dólar voltou a ser negociado na casa dos R$ 3,30 nos últimos dias, cenário que motivou vendedores a escoar parte da safra 2016/17, que estava em estoque, elevando a liquidez e impulsionando os preços brasileiros. Assim, o Indicador Cepea/Esalq Paraná foi de R$ 68,84/saca de 60 kg na sexta-feira (10/11), voltando aos patamares de fevereiro deste ano (em termos nominais). Entre os dias 3 e 10 de novembro, a alta foi de 0,6%.

Quanto ao Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá, o aumento foi de 0,7% no mesmo comparativo, fechando a R$ 73,94/saca de 60 kg na quinta-feira (9/11), também retomando os patamares do segundo mês do ano (também em termos nominais).

No entanto, as altas nos preços brasileiros foram limitadas pela recente estimativa de maiores estoques finais, divulgadas pela Conab. Até dezembro de 2018, os estoques de passagem do Brasil devem totalizar 728.400 toneladas, mais que o dobro das 322.100 toneladas estimadas em outubro pela companhia. Mesmo assim, o volume é muito baixo.

 

Maçã: redução da oferta impulsiona preços da fuji

As cotações da maçã Fuji graúda Cat 1 subiram 5% entre os dias 6 e 10 de novembro, em relação às da semana anterior, registrando média de R$ 45,50/caixa de 18 kg em Fraiburgo (SC).

Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, apesar do volume ainda expressivo da fruta no mercado, a redução gradativa da oferta e a preocupação com melhores retornos financeiros levou produtores a aumentar os valores pedidos pela variedade.

Entretanto, estoques elevados e problemas de qualidade vêm preocupando maleicultores quanto à recuperação dos preços até o final do ano. Para as próximas semanas, a expectativa é de que a qualidade da fuji melhore devido à abertura de câmaras novas.

Porém, sua durabilidade pode ser prejudicada pelo maior tempo de armazenagem. Assim, os preços devem seguir estáveis. Quanto à gala, a safra da variedade já está praticamente encerrada em Fraiburgo, o que pode estimular os preços em outras regiões.

 

Mandioca: preços atingem o maior patamar nominal da série

A média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia atingiu, entre 6 e 10 de novembro, o maior patamar de toda a série histórica do Cepea, de R$ 690,03 (R$ 1,2000 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg).

Esse valor está ainda 3,2% acima da média da semana anterior. Em termos reais, a média atualizada (IGP-DI de outubro/2017) foi a maior desde dezembro/2013 e superou em 56,6% a de igual período do ano passado.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado à demanda firme por parte da indústria, que elevou a disputa pelo produto, e à oferta reduzida no mercado.

O baixo rendimento de amido, a queda na produtividade e as chuvas no início do período nas regiões produtoras acompanhas pelo Cepea levaram alguns produtores a postergar a colheita, mantendo o volume disponível em queda.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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