Milho: retração vendedora sustenta preços no Brasil
Os preços do milho seguem firmes no mercado interno, sustentados pela forte retração vendedora. Segundo colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apenas pequenos volumes têm sido disponibilizados para comercialização.
Compradores, por sua vez, são obrigados a ceder nas negociações para repor estoques de curto prazo. No mercado internacional, agentes continuam atentos às lavouras na Argentina.
Entre 9 e 16 de março, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) permaneceu praticamente estável (+0,07%), fechando a R$ 41,45/saca de 60 kg na sexta-feira (16/3).
Soja: dificuldades logísticas interrompem o movimento de alta
A maior oferta nacional, dificuldades logísticas e a queda dos preços externos interromperam o movimento de alta dos valores internos do complexo soja. A firme demanda internacional, no entanto, limitou as desvalorizações.
Nos primeiros sete dias úteis de março, o volume de soja em grão exportado pelo Brasil já supera em quase 20% o de todo o mês de fevereiro. Segundo colaboradores do Cepea, produtores brasileiros têm ofertado maiores lotes, no intuito de fazer caixa para pagamento de contas de final de mês.
Ao mesmo tempo, cerealistas e cooperativas sinalizam a necessidade de liberar espaço em armazéns, devido à entrada da nova safra. Compradores, por sua vez, demonstram interesse em receber novos lotes a partir de abril, visto que ainda estão recebendo soja de contratos a termo.
Além disso, os valores de fretes estão elevados, devido à menor disponibilidade de caminhões. Parte das tradings reduziu as compras, em decorrência da dificuldade em levar o grão para os portos, já que chuvas no início da última semana interromperam os carregamentos e atrasaram o escoamento.
Cebola: maior demanda impulsiona cotações
O preço da cebola registrou ligeira alta nos últimos dias em algumas regiões produtoras acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea. A valorização pode estar atrelada às chuvas da semana anterior em Irecê (BA), que prejudicaram o trabalho na roça e reduziram a oferta nordestina.
Desse modo, a procura pela hortaliça aumentou, elevando as cotações. Entre 12 e 16 de março, a média dos preços em Ituporanga (SC) foi de R$ 1,20/kg na roça, com ligeira alta de 0,8% frente à da semana anterior.
Mandioca: oferta elevada mantém pressão sobre valores da raiz
Apesar da recente desvalorização da mandioca, parte dos agricultores segue interessada na comercialização, tanto pela necessidade de liberar áreas arrendadas quanto para se capitalizar. Este cenário elevou a oferta de raiz, mas em menor intensidade que nas semanas anteriores.
Do lado da demanda, a procura da indústria de farinha pela matéria-prima diminuiu novamente, devido ao menor ritmo de processamento. Como resultado, boa parte da mandioca que seria destinada às farinheiras continuou abastecendo fecularias, mantendo pressão sobre as cotações.
Entre 12 e 16 de março, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 524,87 (R$ 0,9128 por grama de amido), com baixa de 0,2% frente à média anterior e de 4,3% em comparação com o mesmo período do ano passado (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/2018).
Fonte: Cepea