Milho: indicador é o maior desde setembro de 2016
As cotações do milho continuam em alta no Brasil e no mercado externo. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a restrição vendedora e as incertezas quanto à segunda safra nacional e à produção argentina impulsionam os preços de novos negócios.
As elevações são observadas apesar do período de colheita da temporada de verão e dos bons volumes ainda em estoque. Entre 2 e 9 de março, o Indicador do Milho Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) subiu expressivos 3,4%, fechando a R$ 41,42/saca de 60 kg na quinta-feira (8/3), o maior patamar nominal desde 30 de setembro de 2016.
Soja: quebra na Argentina e maior demanda elevam as cotações no Brasil
Pesquisadores do Cepea afirmam que os valores do complexo soja estão em alta no mercado brasileiro, devido à quebra na produção argentina, à firme demanda externa pela oleaginosa nacional e à maior procura doméstica por farelo de soja.
No acumulado de março, o Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 1,67%, fechando a R$ 79,68/saca de 60 kg nessa sexta-feira (9/3). No mesmo comparativo, o Indicador Cepea/Esalq Paraná registrou alta de 2,37%, ficando cotado a R$ 73,94/saca de 60 kg no dia 9.
Segundo dados do USDA, a produção na Argentina está estimada em 47 milhões de toneladas – 18,7% inferior à projeção anterior e o menor volume desde a temporada 2011/12. Quanto à produção brasileira, o USDA indica 113 milhões de toneladas, apenas 0,96% abaixo da safra passada, que foi recorde.
Esses números estão próximos aos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que indica produção nacional de 113.02 milhões de toneladas, 1,31% maior que a estimada em fevereiro e a segunda maior safra da história, caso se confirme.
Mesmo com o aumento na produção, tanto o USDA quanto a Conab indicam aumento nas exportações de soja em grão, resultando em diminuição nos estoques de passagem.
Cebola: aumento na oferta pressiona valores
Na semana passada, as cotações de cebola caíram novamente na maioria das regiões produtoras do Sul. Colaboradores do Hortifruti/Cepea relatam que a entrada dos bulbos da Argentina e da Holanda impactaram o mercado brasileiro, elevando a disponibilidade do produto e, consequentemente, pressionando as cotações.
Além disso, alguns produtores do Nordeste já estão colhendo, o que reduz a saída do produto sulista. Algumas cebolas estão com qualidade inferior por conta da incidência de carvão, doença causada por fungo devido à umidade nos galpões, o que também pode desvalorizar a cebola. A média das cotações em Ituporanga (SC) foi de R$ 29,50/saca de 20 kg, valor 6,7% menor em relação à semana anterior.
Mandioca: com maior oferta, valores recuam pela sexta semana seguida
Mandiocultores consultados pelo Cepea estão mais ativos na comercialização da raiz na maioria das regiões acompanhadas. O maior interesse está relacionado à necessidade de liberação de áreas arrendadas e de aproveitar os patamares ainda atrativos de preços para se capitalizar e realizar o plantio da safra 2018/19.
Os trabalhos de campo, por sua vez, têm sido favorecidos pelas melhores condições climáticas. Pela sexta semana consecutiva, os preços médios da mandioca continuaram em queda.
De acordo com dados do Cepea, de 5 a 9 de março, o valor médio nominal a prazo para a tonelada do produto posto fecularia foi de R$ 526,08 (R$ 0,9149 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), com queda de 3,6% frente ao anterior. Em comparação ao mesmo período de 2017, a baixa é de 1,7% em valores atualizados (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/2018).
Fonte: Cepea