Indicadores Cepea: frango, citrus, mamão, uva, banana, maçã, melancia e melão

Menor procura interna e exportação reduzida pressionam o frango vivo

Os valores do frango vivo estão em queda no mercado paulista. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a demanda interna enfraquecida não tem conseguido absorver a atual oferta da proteína. Além disso, o ritmo relativamente lento das exportações brasileiras de carne nas últimas semanas eleva a disponibilidade doméstica do produto.

Entre 18 e 25 de maio, o frango inteiro congelado se desvalorizou 1,3% no atacado da Grande São Paulo, a R$ 3,72/kg na quinta-feira (25). A queda no preço do resfriado, por sua vez, foi de 1,5%, registrando R$ 3,61/kg. Quanto aos cortes e miúdos, no atacado da Grande São Paulo, as cotações do filé de peito resfriado subiram 0,3% entre 18 e 25 de maio, alcançando R$ 7,02/kg na quinta-feira (25) e as do coração reagiram 2,3% no período, aumentando para 9,77/kg.

 

Citrus: maior safra deve recuperar estoque de suco, mas sem excessos

A maior safra prevista para o cinturão citrícola brasileiro (São Paulo e Triângulo Mineiro), de 364.47 milhões de caixas de 40,8 kg em 2017/18, deve resultar em recuperação dos estoques nas processadoras paulistas. O cenário, no entanto, não deve ser de excesso de oferta de suco.

Conforme pesquisadores do Cepea, a disponibilidade de fruta nesta nova safra será suficiente apenas para amenizar os estoques bastante baixos previstos para o final de 2016/17, em 30 de junho de 2017. Quanto aos preços, a laranja pera registrou média de R$ 19,77/caixa de 40,8 kg, na árvore, na parcial desta semana (segunda a quinta-feira), com queda de 3,7% em relação à semana anterior.

 

Mamão: apesar de oferta controlada, preços caem na roça

Os preços do mamão continuaram pressionados nas regiões produtoras nesta semana (22 a 26), resultando em quedas até mesmo para o tipo Havaí, que havia se valorizado nos últimos dias. Apesar de o volume do Havaí já estar controlado nas roças, e o do formosa estar diminuindo, muitas frutas ainda foram descartadas devido à restrita comercialização.

No norte do Espírito Santo, o Havaí foi vendido à média de R$ 0,49/kg, com queda de 19% em comparação com a semana anterior. Já o formosa foi comercializado a R$ 0,14/kg, valor 29% menor na mesma comparação. Houve relatos de que a maior presença de mamões miúdos continuou resultando na queda das cotações para este calibre, principalmente para a variedade Havaí, que tem maior oferta de frutas dos últimos cachos.

Como o volume de mamão deve continuar diminuindo nas roças nas próximas semanas, as variedades podem se valorizar, caso a demanda não continue tão restrita. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Uva: preços caem no Paraná

A comercialização de uva fina nas regiões do norte do Paraná e em Marialva (PR) foi restrita nesta semana (22 a 26). A situação se deve ao fato de que as temperaturas continuam baixas e, dessa forma, há queda na procura por frutas. Entretanto, chuvas torrenciais nos últimos dias intensificaram a má situação dos mercados compradores e também ocasionaram perdas consideráveis no campo, que podem chegar a até 60%, dependendo de cada produtor.

As precipitações somaram em apenas três dias (19 a 21), 193 mm em Maringá e 133 mm em Nova Fátima, estações meteorológicas mais próximas das cidades do norte do Paraná disponíveis no banco de dados do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet).

Com isso, os preços médios das uvas finas coletados pelo Hortifruti/Cepea ficaram na média de R$ 2,04/kg para a variedade Itália e R$ 2,06/kg para a Benitaka, respectivamente 11,4% e 10,5% inferiores em relação aos da semana passada em Marialva (PR). Para próxima semana, segundo o portal da Climatempo, as temperaturas devem ficar entre 14°C e 24°C, com 17 mm de chuva em Marialva. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Banana: prata se desvaloriza em todas as regiões 

As cotações da banana prata ao produtor caíram nesta semana (22 a 26) em todas as regiões produtoras consultadas pelo Hortifruti/Cepea. A prata anã de Bom Jesus da Lapa (BA), de Delfinópolis (MG) e do Vale do São Francisco (PE/BA) registraram o menor preço do ano, inclusive foi menor que no mesmo período de 2016 (considerando os meses de janeiro a maio). Em Bom Jesus da Lapa, a banana prata foi comercializada nesta semana a R$ 1,24/kg, preço 7% menor quando comparado ao da última semana.

Na cidade de Delfinópolis, a cotação foi de R$ 1,40/kg, com queda de 13% na mesma comparação. Já no Vale do São Francisco, o preço de comercialização da prata foi de R$ 1,27, 14% menor. Porém, foram as cotações do norte de Santa Catarina que registraram o menor preço desta semana: média de R$ 1,19/kg, e queda de 12%. Mesmo com oferta moderada, as cotações têm recuado devido à concorrência com a nanica, que tem elevada oferta e preços baixos no mercado interno. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Maçã: entrada da gala AC no mercado valoriza a variedade 

A entrada da gala armazenada em câmaras sob Atmosfera Controlada (AC) no mercado pode ter influenciado positivamente os preços da variedade, que está com qualidade superior a da fuji. As cotações da Gala Graúda Cat 1 aumentaram 5% na região de Vacaria (RS) nesta semana (22 a 26) frente à passada, e a média foi de R$ 43,67/caixa de 18 kg. A redução da oferta dessa variedade e o controle dos estoques pode ter colaborado para o aumento das cotações.

Enquanto isso, a Fuji Graúda Cat 1 se desvalorizou 5% no mesmo comparativo, registrando média de R$ 42,00/caixa de 18 kg. Com o fim da colheita se aproximando, a fuji de “rapa” tem destaque no mercado, o que prejudica a comercialização e os preços da fruta. A ainda expressiva oferta da variedade somada à ansiedade pelo escoamento da fuji de final de colheita pode continuar atrapalhando os preços e as vendas. O mercado retraído nesta semana também colaborou para as baixas cotações da fuji.

As temperaturas mais baixas e o final do mês podem ter influenciado negativamente essa demanda, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea. Além disso, as estratégias das empresas em manter o preço também prejudicaram a comercialização das variedades. Confira mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Melancia: preços aumentam 8% na Ceagesp 

As cotações da melancia tiveram leve aumento nesta semana (22 a 26) na Ceagesp. A principal razão foi a predominância da fruta de Uruana (GO) no atacado, com melhor qualidade e maior custo logístico, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. A melancia graúda (>12 kg) foi cotada em média a R$ 1,08/kg na Ceagesp, preço 8% maior em relação ao da semana passada.

Mesmo com aumento nos preços, a oferta é alta no atacado devido ao acúmulo de frutas nos boxes decorrentes dos dias chuvosos em São Paulo. Para a próxima semana, não há expectativas de novas valorizações devido à continuidade das temperaturas amenas (média de 19,5 °C) e 64 mm de chuvas na capital paulista, segundo a Climatempo. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Melão: cotações do amarelo aumentam 4% no atacado 

Os preços do melão amarelo subiram na Ceagesp nesta semana (22 a 26) devido à permanência do baixo volume nas regiões produtoras. Contudo, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o clima mais ameno na roça resultou no aumento da oferta de fruta com calibre miúdo, limitando maiores avanços dos preços para estes tamanhos. Com isso, o amarelo tipo 6 e 7 foi vendido à média de R$ 24,67/caixa de 13 kg, valor apenas 4% maior que a semana anterior.

Valorização também pôde ser observada para a variedade pele de sapo (aumento de 15%), que tem seguido escassa nas roças. Em relação às vendas, o mercado ainda está travado, visto que o final do mês se relaciona à restrição no orçamento do consumidor. O clima mais ameno também é um fator que afeta a comercialização de frutas.

De acordo com a Climatempo, as temperaturas médias devem aumentar na capital paulista neste final de semana. Como a oferta deverá continuar baixa, melhores perspectivas são esperadas caso aumente o consumo nas próximas semanas. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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