Café: cotações de arábica e robusta recuam com força em 2017
Neste ano, os preços dos cafés arábica e robusta caíram de forma significativa. A afirmação é de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Para o arábica, principalmente no início do ano, a pressão veio das baixas internacionais, apesar da menor produção na safra 2017/18, de bienalidade negativa.
Na segunda metade de 2017, as cotações internas e externas da variedade recuaram, devido aos estoques razoáveis nos países consumidores e à boa expectativa quanto à próxima temporada brasileira (2018/19).
Em relação ao café robusta, apesar da procura aquecida de torrefadoras, a queda esteve atrelada à elevada produção interna e às perspectivas de maiores ofertas nas temporadas 2018/19 brasileira e 2017/18 do Vietnã.
Suínos: custos de produção mais baixos dão fôlego a setor em 2017
Os custos de produção do suinocultor estiveram mais baixos neste ano, principalmente devido à queda nas cotações de milho e farelo de soja, o que deu fôlego a agentes depois da crise em 2016, segundo pesquisas do Cepea.
Apesar desse cenário mais positivo, as crises política e econômica do país em 2017 afetaram o poder de compra do brasileiro, que esteve retraído do consumo de carnes durante o ano, principalmente no primeiro semestre.
Já na segunda metade de 2017, a demanda doméstica começou a se aquecer e esteve bem ajustada à oferta de animais, carcaças e cortes nas principais regiões produtoras, o que sustentou os preços ao longo do segundo semestre.
Boi: em ano difícil, exportações surpreendem
As dificuldades e os desafios enfrentados pelo setor pecuário foram muitos em 2017. Dentre eles, pesquisadores do Cepea destacam a operação Carne Fraca, deflagrada em março, e a delação da maior indústria frigorífica brasileira, que resultou em forte redução da compra de animais por parte desse grande player.
Este cenário reduziu as vendas, especialmente no primeiro semestre. No entanto, apesar dessa atipicidade, conforme pesquisas do Cepea, outras indústrias brasileiras expandiram os abates, voltando a operar plantas paradas e aumentando a participação nos mercados doméstico e externo.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a novembro de 2017, os embarques somam 1.102 milhão de toneladas, sendo este o segundo melhor ano (até o momento) da história, perdendo apenas para 2014, quando 1.119 milhão de toneladas foram embarcadas, também de janeiro a novembro.
Tomate: colheita da safra de verão 2017/18 se intensifica em janeiro
Em janeiro, é esperada a intensificação da colheita de tomate da safra de verão. Em Itapeva (SP), a produtividade e a qualidade vêm sendo boas e a tendência, segundo agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, é de aumento da oferta na região, que atinge pico em janeiro.
Além de Itapeva, Caçador (SC), que também deu início à safra em dezembro, terá pico de produção entre janeiro e fevereiro, quando 50% da área total deve ser ofertada.
A expectativa é positiva para o próximo ano. Porém, a atenção segue redobrada com as condições climáticas, uma vez que, além da colheita, Itapeva, Venda Nova do Imigrante (ES), Nova Friburgo (RJ), Agreste Pernambucano e Reserva (PR) também realizam o transplantio.
Já em dezembro, houve queda na disponibilidade em alguns municípios, como em Paty do Alferes (RJ), que finalizou a segunda parte da safra de inverno, com preços médios de R$ 24,16/caixa – valor 4,7% acima dos custos de produção estimados.
Em Venda Nova do Imigrante, a menor oferta está associada ao mau tempo, que prejudicou as lavouras, gerando perdas e tomates fora do padrão de comercialização. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br
Uva: festas impulsionam vendas no atacado
As comercializações de uva em dezembro seguiram como observado em anos anteriores: a primeira quinzena deste mês foi caracterizada por menor ritmo de venda, e os preços médios das uvas Niágara e Itália foram de R$ 5,00/kg e R$ 5,86/kg, respectivamente, na Ceasa de Campinas (SP).
Porém, a situação neste ano, especialmente no caso da Niágara, foi agravada pela maturação acelerada das frutas, devido às temperaturas mais altas nas regiões produtoras. Essa situação refletiu em maior oferta da uva em um período de baixa procura. Dessa forma, o volume ofertado para o Natal, na segunda quinzena do mês, foi um pouco menor do que o estimado.
Assim, como esperado por produtores e atacadistas, com a aproximação das festas de fim de ano (a partir do dia 18), e o consequente aumento da procura, os preços da Niágara subiram, ficando entre R$ 5,60/kg e R$ 6,00/kg na Ceasa de Campinas. A oferta da variedade, em janeiro, já deve ser menor que em dezembro. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br
Fonte: Cepea