Indicadores Cepea: boi, suínos e frango

Boi: preço pago pela carne exportada é recorde

As exportações de carne bovina in natura totalizaram 153.196 toneladas em maio, com pequena queda de 2,74% em relação ao mês anterior, mas com expressiva alta de 20,83% em relação a maio de 2021, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Já o preço pago pela carne brasileira renovou o recorde da série histórica da Secex, se aproximando de US$ 7.000,00 por tonelada. Em moeda nacional, com a taxa de câmbio elevada, o valor pago pela proteína também foi o máximo da série histórica, atingindo R$ 34.300,00 a tonelada.

Pesquisadores do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) indicam que o bom desempenho das exportações em volume e os preços recordes pagos pela proteína evidenciam a importância do mercado externo para o setor pecuário nacional, sobretudo neste período de transição da safra para a entressafra.

Nesta época, o mercado registra pequeno crescimento na oferta de animais para abate e demanda doméstica enfraquecida, devido aos fatores macroeconômicos e aos valores mais atrativos das carnes concorrentes.

Suínos: apesar do menor envio para a China, aumento para outros destinos limita queda no total

As exportações brasileiras de carne suína (in natura e industrializada) à China, o maior destino da proteína nacional, recuaram 12,70% entre abril e maio. No acumulado do ano (de janeiro a maio), a queda das exportações para o país asiático já é de fortes 38,90% em relação ao mesmo período de 2021, segundo a Secex.

Esse cenário pressionou o total exportado pelo Brasil no último mês. A queda, porém, foi limitada pelo aumento dos embarques para outros destinos, como as Filipinas, que importou 33,50% mais carne suína em maio em relação a abril, tornando-se o segundo maior destino da proteína brasileira no último mês, atrás apenas da China.

Assim, o Brasil exportou um total de 88.100 toneladas de carne suína em maio, segundo a Secex, com leve queda de 0,40% em relação a abril e 13% a menos que o embarcado em maio de 2021. É importante ressaltar que a China vem diminuindo a necessidade de compra de proteína no mercado internacional.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento reflete a recuperação do rebanho de suínos no país após os picos de Peste Suína Africana (PSA), doença que atingiu milhões de animais. Segundo dados do USDA, a produção chinesa de suínos já está próxima do patamar anterior à PSA, totalizando 655 milhões de cabeças em 2021, com aumento de 49% em relação a 2019, o período mais crítico da doença no país asiático.

Frango: demanda externa firme eleva exportação e receita é recorde

Como já esperado por agentes do setor nacional, o volume de carne de frango exportado em maio aumentou. E no caso da receita, os resultados superaram as expectativas, visto que o montante gerado com as vendas externas atingiu recorde, segundo dados da Secex compilados por pesquisadores do Cepea desde 1997.

Foram R$ 4.48 bilhões obtidos com os embarques de maio, valor 14,70% maior que o de abril de 2022 e 28,90% superior ao de maio de 2021. Com relação ao volume embarcado, totalizou 429.700 toneladas, o segundo maior da história, atrás somente do volume de julho de 2018, quando foram exportadas 463.900 toneladas (Secex).

Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento no volume embarcado está atrelado à guerra na Ucrânia, que já foi um dos maiores produtores e exportadores de carne de frango na Europa, e aos contínuos surtos de Influenza Aviária de alta patogenicidade (H5N1) no Hemisfério Norte, que têm direcionado a demanda global pela proteína ao Brasil.

Com relação à receita, o resultado recorde refletiu no aumento no preço pago pelo produto exportado, que teve média de R$ 10,39/kg no último mês, o maior patamar da história, 11,70% superior à de abril e 24,30% acima da de maio de 2021.

Fonte: Cepea
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