Indicadores Cepea: alface, cebola, mandioca, milho e soja

Alface: chove em São Paulo após longa estiagem

Na última semana, após um longo período seco, choveu nas regiões de Ibiúna e Mogi das Cruzes (SP). No geral, as chuvas foram benéficas para a produção, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea. A irrigação foi normalizada e o nível dos tanques e reservatórios aumentou, principalmente na região de Mogi das Cruzes. Assim, sobraram alfaces nas roças das duas regiões.

O motivo disso, além da baixa demanda, foi o aumento das temperaturas nas últimas semanas, que diminuiu o ciclo de desenvolvimento das alfaces plantadas mais recentemente e acabou por “juntar os lotes” novos com os mais antigos, o que aumentou a oferta das alfaces.

A crespa em Ibiúna fechou a semana a R$ 6,97, com queda de 12,90%. Em Mogi das Cruzes, o preço da americana caiu 4,55% e foi a R$ 8,75/caixa com 12 unidades. Para a próxima semana (7 a 13/10), a previsão é de 26 mm de chuvas em Ibiúna e 18 mm em Mogi das Cruzes bem distribuídas durante a semana, segundo a Climatempo, o que pode continuar sendo favorável para a recuperação do nível dos reservatórios. Mais informações no site www.hfbrasil.org.br

 

Cebola: redução da oferta nacional eleva preços em toda as regiões

Os preços da cebola estão em alta em todas as regiões produtoras acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea. Esse cenário está atrelado às chuvas no Sudeste, que atrapalharam a comercialização em algumas praças e reduziram a oferta nacional. No Vale do São Francisco (BA/PE), os bulbos tiveram média de R$ 0,90/kg (ao produtor) entre 2 e 6 de outubro, com alta de 63,6% em relação à semana anterior.

Em Cristalina (GO), a média no período foi de R$ 25,50/saca de 20 kg da caixa 3 beneficiada – elevação de 37,8% na mesma comparação.

 

Mandioca: baixa disponibilidade sustenta preços em patamares elevados

Os preços da mandioca, que atingiram patamares recordes na última semana de setembro, seguem firmes. Segundo colaboradores do Cepea, muitos dos produtores com mandioca disponível para comercialização têm priorizado o plantio, devido às recentes chuvas, mantendo baixa a oferta de raízes no mercado.

Nesse cenário, a disputa da indústria pela matéria-prima continuou elevada, sustentando os valores. De 2 a 6 de outubro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada posta fecularia foi de R$ 598,94 (R$ 1,0416 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), praticamente estável em relação à média anterior (R$ 598,78 a tonelada) e 20,3% acima da média do mesmo período do ano passado, em valores atualizados (deflacionado pelo IGP-DI de agosto/2017).

 

Milho: diferença entre preço pedido e ofertado reduz liquidez interna

A liquidez voltou a diminuir no mercado brasileiro de milho. Segundo pesquisadores do Cepea, perspectivas diferentes quanto aos preços para as próximas semanas e/ou meses ampliaram a diferença entre os valores nas regiões acompanhadas, dificultando os acordos entre compradores e vendedores.

O foco de agentes continua nas exportações e no cultivo da nova safra de verão de soja e de milho. Quanto aos preços, segundo colaboradores do Cepea, a oferta do cereal continua restrita, mas a retração de compradores domésticos vinha pressionando as cotações na região de Campinas (SP).

Na sexta-feira (6/10), especificamente, compradores tiveram de aumentar o preço de suas ofertas devido à necessidade imediata de adquirir lotes, o que impulsionou o Indicador Esalq/BM&FBovespa em 1,16% na região paulista em relação à sexta-feira anterior (29/9), fechando a R$ 30,39/saca de 60 quilos no dia 6.

 

Soja: exportação limita quedas no Brasil

Os preços da soja têm registrado quedas no mercado brasileiro, pressionados pelo dólar mais fraco e pelo avanço do plantio da safra no Brasil. Entretanto, segundo pesquisadores do Cepea, os recuos têm sido limitados pela alta dos preços na CBOT e pela firme demanda externa, que sustentam os prêmios domésticos.

O volume de soja embarcado em setembro, de 4.27 milhões de toneladas, foi recorde para o mês, assim como em agosto, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior  (Secex).

Quanto aos derivados, os embarques recuaram de agosto para setembro, devido à concorrência com a Argentina, o principal exportador de farelo e óleo de soja. Com isso, parte das indústrias brasileiras interromperam as atividades para manutenção, reduzindo o excedente no mercado interno.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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