Agronegócio: vendas e preços menores reduzem faturamento em 2016
Depois de iniciar 2016 com exportações em volumes recordes, o agronegócio brasileiro encerrou o ano com redução nos embarques, em relação a 2015, refletindo a valorização do real frente ao dólar e a queda na produção agrícola nacional, principalmente de grãos, decorrente do clima adverso.
Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostram que, entre janeiro e dezembro de 2016, em comparação ao mesmo período de 2015, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) caiu 2,6%, e os preços em dólares recebidos pelos exportadores do setor recuaram 1,8% (IPE-Agro/Cepea). Com isso, o faturamento em dólar do setor diminuiu 3,6%, fechando em US$ 86 bilhões.
Em reais, o faturamento caiu expressivos 21%, devido à desvalorização de 17,6% da taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea), que, por sua vez, reduziu a atratividade das exportações do agronegócio brasileiro em 19% nesse mesmo período.
Café: apesar da baixa oferta, preço do robusta cai
Os preços do café robusta têm caído no mercado doméstico, mesmo diante da baixa oferta da variedade. A pressão vem da ausência de compradores no mercado, tanto de indústrias quanto de exportadores. Segundo colaboradores do Cepea, diante dos elevados patamares de preços do robusta, muitos compradores têm buscado o arábica de menor qualidade.
Na terça-feira (31), o Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 474,08/saca de 60 kg, com queda de 3,45% em relação à terça anterior. Quanto ao arábica, as negociações seguem limitadas no Brasil, já que o interesse dos compradores se concentra em cafés de maior qualidade superior. Vendedores, por sua vez, têm negociado o arábica de maior qualidade apenas em patamares mais altos que os compradores estão dispostos pagar.
Na terça-feira (31), o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 519,75/saca de 60 kg, queda de 1,57% em relação à terça-feira anterior (24).
Algodão: com vendedores flexíveis e demanda restrita, indicador fecha mês estável
Os preços do algodão em pluma estão enfraquecidos no mercado interno, com vendedores mais flexíveis. Do lado da demanda, segundo pesquisadores do Cepea, indústrias estão cautelosas nas compras, adquirindo pluma apenas para repor estoques.
Além da forte presença de lotes mistos (referentes à qualidade) no mercado spot, empresas resistem em aumentar os valores pagos, queixando-se da dificuldade no repasse das altas da pluma para produtos derivados, como fios. Neste cenário, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em oito dias, referente à pluma 41-4, posta em São Paulo, subiu apenas 0,3% entre 24 e 31 de janeiro, fechando a R$ 2,7573/lp na terça-feira (31).
Arroz: indicador fica quase dois meses na casa dos R$ 49 a saca
Os preços do arroz em casca subiram no Rio Grande do Sul na última semana e, depois de quase dois meses na casa dos R$ 49/saca, fecharam acima dos R$ 50/saca nos últimos dias de janeiro – no dia 31, especificamente, voltou para a casa dos R$ 49. Com baixas intenções de venda, produtores estiveram pouco ativos no mercado.
Segundo pesquisadores do Cepea, parte dos orizicultores não possui lotes de arroz da safra 2015/16, enquanto outros aguardam novas altas nos preços. Apenas algumas vendas foram efetivadas nos últimos dias, dada a necessidade de alguns de “fazer caixa” e/ou realizar a limpeza dos silos para a chegada da nova safra 2016/17. Do lado comprador, a demanda esteve firme, com indústrias procurando repor seus estoques. Na terça-feira (31), o Indicador Esalq/Senar-RS fechou a R$ 49,63/saca de 50 kg, com queda de 1% em relação ao dia 24.
Fonte: Cepea/Esalq