Soja: Safra “a todo favor” e baixa externa pressionam cotação no Brasil
Segundo levantamento do Cepea, a entrada da safra de soja está “a todo vapor” no Brasil, cenário que tem pressionado as cotações da oleaginosa. O clima favorece a colheita, que já está na reta final em Mato Grosso e também em parte do Paraná, e as expectativas de produtividade elevada na atual temporada vão se confirmando.
Atentos à safra volumosa, uma parcela de compradores consultados pelo Cepea reduziu as aquisições, à espera de queda nos valores nas próximas semanas.
Entretanto, grande parte dos produtores colaboradores do Cepea negocia poucos volumes a valores menores, a fim de “fazer caixa” e, em seguida, elevam os preços pedidos, fundamentados nas expectativas de aumento na demanda externa, por conta da menor safra argentina.
Nesse cenário, verifica-se maior disparidade entre os preços de compradores e de vendedores. Entre 16 e 23 de março, o Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 0,74%, a R$ 78,71/saca de 60 kg nessa sexta. O Indicador Cepea/Esalq Paraná caiu 1,47%, a R$ 72,93/saca de 60 kg no dia 23 de março.
Milho: com pressão compradora e menor liquidez, alta nos preços perde força
Após as consecutivas altas nos preços na primeira quinzena de março, o movimento perdeu a força nos últimos dias, de acordo com dados do Cepea. Em algumas regiões de São Paulo, do Paraná e de Mato Grosso do Sul, inclusive, os valores caíram.
Esse enfraquecimento na cotação está atrelado à pressão compradora e à menor liquidez na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea.
Muitos demandantes estão com estoques confortáveis no curto prazo e, por isso, mostram pouco interesse em adquirir o milho nos atuais patamares de preços.
Do lado vendedor, ainda existe a preocupação quanto ao desenvolvimento das lavouras e à oferta nos próximos meses, vale lembrar que a área da segunda safra deve cair.
Entre 16 e 23 de março, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 1,04%, fechando a R$ 41,02/saca de 60 kg na sexta-feira, 23 de março.
Melancia: temporada 2017/18 se encerra em março no RS
A safra 2017/18 de melancia do Rio Grande do Sul se encerra em março, após a finalização das atividades em Bagé (RS). A produção gaúcha se iniciou em meados de novembro/17 em Arroio dos Ratos, seguindo com a colheita em Encruzilhada do Sul e, posteriormente, em Bagé. De acordo com colaboradores do Cepea, nesta temporada, o menor volume de chuva, principalmente em Encruzilhada do Sul e Bagé, impactou a produtividade, pois limitou o enchimento das frutas e aumentou a incidência de pragas. Além disso, a maior exposição ao sol ocasionou queimaduras em algumas frutas. Com isso, a produtividade média é de 28 t/ha na parcial da temporada, 13% menor em relação à safra anterior.
Mandioca: preços começam a reagir, devido à baixa oferta de raiz
O ritmo de comercialização de mandioca já começou a diminuir, devido às poucas lavouras disponíveis com mais de um ciclo. Ao mesmo tempo, produtores consultados pelo Cepea estão adiando as entregas de raízes mais novas, por causa das recentes quedas nos preços. Nesse cenário de menor oferta e demanda estável, as cotações começaram a reagir em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Na média semanal a prazo, no entanto, a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 522,53 (R$ 0,9088 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), ligeiro 0,44% abaixo da apurada anteriormente.
Fonte: Cepea