Incertezas climáticas prejudicam a produção e o escoamento da super safra em Mato Grosso

 

O diretor da SNA Helio Sirimarco fala dos prejuízos climáticos para o MT. Foto: divulgação
O diretor da SNA Helio Sirimarco fala dos prejuízos gerados pelo clima em MT. Foto: divulgação

 

O excesso de chuvas nas principais regiões produtoras do estado do Mato Grosso tem causado problemas na colheita e afetado as estradas, dificultando o já complicado escoamento da super safra de grãos. “Além de retardar a colheita e prejudicar a logística, o clima está afetando a produtividade, assim como a qualidade dos grãos”, explica o diretor da SNA Helio Sirimarco.

“O tempo seco e quente em vários estados e o excesso de chuva em Mato Grosso reduziram a safra nacional 2013/2014 de soja e milho em 10 milhões de toneladas”, informa Sirimarco, calculando que este volume equivale a 5% do estimado em fevereiro pelo Ministério da Agricultura para a safra de grãos e oleaginosas no país, de 193,6 milhões de toneladas. “Nessa projeção, os efeitos do clima adverso ainda não tinham sido considerados.”

Milho

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, Imea, os produtores de milho do estado conseguiram semear até agora 74,7% da área total esperada para este ciclo, de 3,2 milhões de hectares. Na safra passada, no mesmo período, a semeadura estava em 87%. O instituto calcula que ainda restam 821 mil hectares para serem semeados com o grão.

Por conta do plantio tardio do milho, o setor produtivo teme que seja afetada a produtividade, que está atualmente em 87,6 sacas por hectare.

Soja

Já a produtividade da soja caiu de 54, no início da safra, para 53 sacas por hectare, de acordo com o Imea, que apontou ocorrências frequentes no estado de soja avariada, com elevada umidade e de abandono de algumas áreas devido ao excesso de chuvas – que fez a soja brotar na vagem. As perdas podem ter chegado, até o momento, a cerca de 2% da produção total, o que, no entanto, garante o instituto, não deve comprometer o recorde estimado de produção e produtividade.

Maior produtor de soja do mundo, o município de Sorriso é um dos se encontram mais afetados com as incertezas climáticas. Um levantamento da prefeitura mostra que os mais de 2,6 mil quilômetros de estradas não-pavimentadas da cidade estão em péssima situação.

“No município de Sorriso, os prejuízos aos agricultores foram estimados em R$ 260 milhões em pelo menos três culturas, por conta das constantes chuvas, como informou a secretaria de Agricultura. Eles projetam que, na soja, houve uma perda de 10%, no milho, de 12%, e no algodão, de 20%”, diz Helio Sirimarco. “Somente da soja foram plantados 600 mil hectares, sendo que 60% já foram colhidos.”

Infraestrutura

Por todo o estado, a chuva desenhou um cenário complicado. No trecho da BR-163 entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, maiores produtores de soja do MT, uma barragem estourou e inundou a estrada, deixando o fluxo em apenas uma pista. Em outros diversos trechos, buracos e acidentes se multiplicaram.

O funcionamento do porto flutuante de Porto Velho, em Rondônia, que escoa boa parte da soja do norte de Mato Grosso, foi interrompido. O nível do Rio Madeira subiu muito e causou a inundação da ponte de acesso ao terminal. O problema foi resolvido, mas, por dois dias, várias cargas de Mato Grosso ficaram paradas.

 

Por Equipe SNA/RJ, com informações do Ecofinanças e G1.

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