Importância da segurança e saúde do trabalhador nos frigoríficos é alvo de debates

Vice-presidente para o agronegócio da Fiesc e presidente da Coopercentral Aurora Alimentos Mário Lanznaster discursa durante Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) para a Agroindústria, em Chapecó (SC). Foto: Divulgação

Ampliar permanentemente as condições de segurança e saúde dos trabalhadores dos frigoríficos é prioridade da indústria de processamento de carne. O compromisso foi enfatizado nesta semana, em Chapecó, Santa Catarina, durante o Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) para a Agroindústria, que reuniu mais de 200 pessoas.

A iniciativa do Serviço Social da Indústria (Sesi) e da Aliança Saúde Competitividade contou com a parceria da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Associação Brasileira das Indústrias de Carne (Abiec), da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e do Sindicato da Indústria da Carne e Derivados de SC (Sindicarne).

O vice-presidente para o agronegócio da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) e presidente da Coopercentral Aurora Alimentos Mário Lanznaster destacou que os frigoríficos têm investido fortemente em várias frentes para ampliar a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Isso inclui treinamento, instalações, máquinas e equipamentos. Outra preocupação é evitar acidentes no trajeto. “Queremos que o trabalhador vá ao trabalho e volte para casa todo dia em total segurança”, assinalou.

O diretor executivo do Sindicarne-SC e também da Acav, Ricardo de Gouvêa disse que o Brasil evoluiu muito na proteção aos trabalhadores dos frigoríficos.

 

Diretor-executivo do Sindicarne-SC e da Acav, Ricardo de Gouvêa diz que o Brasil evoluiu muito na proteção aos trabalhadores dos frigoríficos. Foto: Divulgação

MODERNIZAÇÃO

Conscientização dos empresários, investimentos das empresas e regulamentação estatal foram fatores de modernização e transformação reconhecidos mundialmente.

Após participar de várias missões técnicas ao exterior para conhecer a realidade industrial dos países mais evoluídos, Gouvêa constatou que o Brasil se tornou referência em vários aspectos da proteção ao trabalho. Assinalou que o empresário está compreendendo que os investimentos para tornar o ambiente de trabalho mais confortável e ergonômico se refletem em dois aspectos: no bem-estar do trabalhador (e, portanto, no aumento da produtividade) e, também, na redução de custos.

Ele aidna defendeu que os gestores de pessoas participem da gestão estratégica de todos os setores porque “a visão dos recursos humanos deve impregnar todas as áreas da empresa”, garantindo estratégias e soluções para a segurança e a saúde dos trabalhadores, prevenção de acidentes e controle dos afastamentos.

O gerente de segurança e saúde no trabalho do Sesi nacional, Júlio Zorzal, explanou sobre a atuação do órgão que, no plano federal, atende a 2 milhões de trabalhadores de 40 mil indústrias por meio de 127 unidades espalhadas pelo País.

 

Gerente de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi nacional, Júlio Zorzal destaca atuação do órgão que, no plano federal, atende a dois milhões de trabalhadores de 40 mil indústrias, por meio de 127 unidades espalhadas pelo país. Foto: Divulgação

CUSTO OU INVESTIMENTO

O médico do trabalho Gustavo Nicolai palestrou sobre o tema “Segurança e saúde do trabalho na indústria frigorífica: custo ou investimento?”, apresentando um quadro detalhado da situação, no Brasil, enfatizando a importância dos investimentos na promoção da saúde e prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Com isso reduz o impacto de tributos previdenciários sobre a folha de pessoal.

Na sequência, o consultor em SST e especialista em políticas industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Moacir José Ceriguelli abordou as alterações na Norma Regulamentadora 12, o Anexo II da Norma Regulamentadora 36 e a questão da insalubridade por exposição a baixas temperaturas.

Especialista em desenvolvimento industrial do Sesi, Giselle Coelho apresentou a série “100% Seguro”, composta por vídeos educativos e cursos de educação continuada, com instruções para melhorar a qualidade de vida do trabalhador das indústrias frigoríficas.

 

Especialista em desenvolvimento industrial do Sesi, Giselle Coelho apresentou a série “100% Seguro”, composta por vídeos educativos e cursos de educação continuada, com instruções para melhorar a qualidade de vida do trabalhador das indústrias frigoríficas. Foto: Divulgação

ORIENTAÇÕES

A coletânea traz orientações de especialistas para incentivar as ações de saúde e segurança no trabalho dentro das empresas e mostra a importância de estimular o trabalhador a adotar atitudes seguras e, assim, promover um ambiente de trabalho mais saudável. Os cursos que serão disponibilizados na plataforma de ensino a distância (EAD) do SESI-SC têm a função de contribuir para a melhoria da SST dos processos produtivos nas indústrias frigoríficas.

No encerramento, o diretor regional oeste do Sesi, Claudemir José Bonatto, apresentou o conjunto das ações desenvolvidas na região que impactam tanto na racionalização dos custos operacionais quanto na melhoria da qualidade de vida do trabalhador da indústria e, consequentemente, na expansão dos resultados.

“A vitalidade de uma organização está diretamente ligada à vitalidade de seus colaboradores. Investir em saúde e segurança é tão estratégico e determinante para a perpetuação dos negócios quanto o investimento em tecnologias, inovações e processos”, frisou.

 

Fonte: Da assessoria com edição da equipe SNA/RJ

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