A demanda da China por soja nos Estados Unidos tem sido um dos principais pilares de suporte para as expressivas altas na Bolsa de Chicago, o que fez com que os preços, inclusive, alcançassem os US$ 12,00 por bushel nesta segunda-feira pela primeira vez em quatro anos.
Dados da Alfândega da China compilados pela Reuters Internacional dão conta de que as importações de soja em outubro foram de 8.69 milhões de toneladas, volume 41% maior se comparado ao mesmo mês de 2019. Em todo ano, as compras da nação asiática chegam a 83.214 milhões de toneladas e superam o ano passado em 18%.
“Para a soja, este volume é 8% maior do que o recorde registrado em 2017”, disse Karen Braun, especialista em commodities agrícolas da Reuters Internacional.
Segundo analistas internacionais, além dos fundamentos ligados ao mercado da oleaginosa na China, as importações chinesas maiores também estão ligadas à importante e pujante recuperação da economia do país no pós-pandemia.
Recomposição
Todavia, a recomposição dos estoques nacionais e dos planteis chineses de suínos têm demandado muita matéria-prima para a produção de alimentação animal, o que elevou o esmagamento na China a alcançar os dois milhões de toneladas por semana.
Mais do que isso, as mudanças nos hábitos alimentares não só dos chineses, mas de uma série de países depois da pandemia do novo Coronavírus, também ajudam a movimentar este mercado.
“A China está recompondo os rebanhos. Em janeiro, a integração já fica a 80%, como antes da Peste Suína Africana, e a pandemia provocou o banimento dos mercados de aves vivas e animas exóticos. Isso é um percentual bastante elevado de consumo que está sendo transferido para outras proteínas animais e essa é a grande demanda”, afirmou Liones Severo, diretor do SIMConsult.
Milho e trigo
E essa ‘grande demanda’ não tem exigido compras maiores somente de soja, mas também de milho pela China, que importou em outubro 1.140 milhão de toneladas, 1,151% a mais do que no mesmo mês do ano anterior. Em todo acumulado do ano são 7.820 milhões de toneladas, 97% a mais do que no mesmo período de 2019.
Do mesmo modo, as importações de trigo da nação asiática, no acumulado do ano, superam em 164% o volume de 2019; 13% no caso da cevada e 449% do sorgo, do qual já foram importadas 4.020 milhões de toneladas em todo ano de 2020.
Fonte: Notícias Agrícolas
Equipe SNA
