Importações de óleo de soja e arroz disparam com oferta argentina e dos EUA

As importações brasileiras de óleo de soja aumentaram mais de 8.000% em novembro, com a Argentina ofertando a maior parte do que o Brasil comprou no mercado internacional para fazer frente a uma escassez de matéria-prima, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura.

Já as importações de arroz quase triplicaram no mês passado em relação a novembro de 2019, para cerca de 150.000 toneladas, com o produto norte-americano, temporariamente importado sem tarifa, respondendo por 56.000 toneladas.

Lidando com preços recordes em 2020, após exportações históricas de soja em meses anteriores, com a forte demanda da China e um câmbio que também favoreceu as exportações de arroz, o Brasil teve de tomar medidas de alívio, como a isenção de tarifas de importação e a liberação do uso de matéria-prima importada na fabricação de biodiesel, notadamente óleo de soja.

Em novembro, das 55.000 toneladas que o Brasil importou de óleo de soja, um volume de pouco mais de 40.000 toneladas veio da Argentina, maior exportador global desse produto, com Paraguai (12.500 toneladas) e até a Bolívia (1.800 toneladas) complementando a oferta.

Balanço de compras

No acumulado do ano de janeiro a novembro, as importações de óleo de soja totalizam cerca de 160.000 toneladas, contra menos de 30.000 toneladas no mesmo período de 2019, com os argentinos ofertando mais de 120.000 toneladas e o restante chegando principalmente de indústrias paraguaias.

Já as importações de soja em grão no acumulado do ano atingiram cerca de 750.000 toneladas, um aumento de mais de 470% em relação as 131.000 toneladas no mesmo período do ano passado, com alguns analistas estimando que o Brasil importará pelo menos mais 100.000 toneladas em dezembro.

Do total importado, a maior parte veio do Paraguai (662.000 toneladas), com o Uruguai fornecendo outras 85.000 toneladas, segundo os dados do ministério.

Novembro e dezembro

Em novembro, os dois países do Mercosul lideraram a oferta, enquanto uma atípica carga importada dos Estados Unidos, de cerca de 30.000 toneladas, só deverá ser contabilizada nas estatísticas em dezembro, após o navio ter iniciado o desembarque no final do mês passado.

Enquanto isso, as exportações de soja em dezembro, deverão cair para menos de 100.000 toneladas, segundo estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), devido à baixa oferta, enquanto a safra 2020/21 só deverá chegar ao mercado em janeiro.

Com relação ao arroz, os Estados Unidos deverão ampliar a oferta do Brasil com novas cargas comercializadas, além das 56.000 toneladas desembarcadas em novembro. Pelo menos cerca de mais 50.000 toneladas já teriam sido negociadas.

Com os negócios de novembro, o total importado pelo Brasil no acumulado do ano somou quase 800.000 toneladas de todas as origens, versus 700.000 toneladas no mesmo período de 2019, segundo dados do ministério.

Entre os principais fornecedores de arroz ao Brasil neste ano estão o Paraguai com 462.000 toneladas, seguido pelo Uruguai com 165.000 toneladas e Argentina com 87.500 toneladas.

No final do mês passado, uma associação industrial pediu prazo maior para compras de fora do Mercosul isentas de tarifa. Uma cota de 400.000 toneladas será encerrada em 31 de dezembro.

 

Fonte: Reuters

Equipe SNA

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