O Brasil acumula importações de milho de US$ 314 milhões em 2016, ou o equivalente a cerca de R$ 1 bilhão pelo câmbio atual, em um momento de aceleração das compras no exterior para fazer frente à escassez da matéria-prima da ração animal no mercado doméstico.
Dados do Ministério de Indústria e Comércio (MDIC) mostram que os gastos de empresas brasileiras com essas importações ficaram dez vezes maiores entre janeiro e outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em volumes, o Brasil soma importações de 1.91 milhão de toneladas – alta anual de 607%, configurando os maiores volumes da história.
As importações são provenientes, basicamente, do Paraguai e da Argentina, parceiros de Mercosul que podem negociar o produto com o Brasil livres de tarifas.
Indústrias de aves e suínos de todo o país, inclusive do Nordeste, aonde o grão chega de navio, têm recorrido ao milho dos países vizinhos para abastecer suas granjas. O Brasil vive, desde o ano passado, uma crise de abastecimento do cereal, após fortes exportações na temporada anterior e uma quebra de produtividade na colheita de meados de 2016.
Em outubro, as importações de milho somaram 495 mil toneladas, um aumento de 49% em relação ao mês anterior, e de 966% em relação ao mesmo mês de 2015.
Os Estados Unidos, que passaram a figurar como um potencial fornecedor de milho para o Brasil após uma recente isenção de tarifas e a liberação de entrada de certas variedades transgênicas, ainda não fizeram nenhuma exportação para o país nos últimos meses, segundo os dados do MDIC.
Fonte: Reuters