Impacto de culturas de entressafra na soja

Embrapa Soja

A SNA dá continuidade à parceria com a Embrapa Soja e seus pesquisadores na divulgação de  trabalhos em andamento, ou já concluídos, de cunho acadêmico, informações com profundidade técnica  para estudantes, professores e interessados em se aperfeiçoar no agronegócio. Verifique a seguir…..

 

Nas últimas duas décadas, a soja se consolidou como a principal cultura de primavera/verão no Brasil. A principal espécie cultivada na entressafra da soja é o milho segunda safra, geralmente entre os meses de fevereiro e julho. O trigo é outra cultura utilizada na entressafra da soja no Brasil, principalmente na parte subtropical do país.

Nas últimas duas décadas, a soja se consolidou como a principal cultura de primavera/verão no Brasil. A principal espécie cultivada na entressafra da soja é o milho segunda safra, geralmente entre os meses de fevereiro e julho. O trigo é outra cultura utilizada na entressafra da soja no Brasil, principalmente na parte subtropical do país. Espécies para cobertura do solo, como por exemplo, a braquiária ruziziensis e as crotalárias também são opções para melhorar a qualidade e a conservação do solo em regiões onde não há incidência de geadas. As crotalárias também podem incorporar nitrogênio no solo via fixação biológica e contribuir no manejo de fitonematoides.

Experimentos

Em Londrina, Paraná, vem sendo conduzido um experimento de campo com diferentes formas de uso do solo no período de entressafra da soja, em sistema plantio direto: 1- pousio (área mantida sem cultivo entre as safras de soja e com controle total de plantas espontâneas), 2 – braquiária ruziziensis, 3 – crotalária spectabilis, 4 – milho segunda safra com 0 kg ha-1 de N em cobertura, 5- milho segunda safra com 80 kg ha-1 de N em cobertura e 6 – trigo. Nesse trabalho, a crotalária e a braquiária estão sendo usadas como cobertura do solo. A Figura 1 mostra o experimento em junho de 2023.

Recentemente foi publicado um artigo científico na revista European Journal of Agronomy com os resultados de sete anos da referida pesquisa. Em média, as quantidades de palha na pré semeadura da soja, em t ha-1, foram zero para o pousio; 6,81 para a braquiária; 0,98 para a crotalária; 3,88 para o milho sem N em cobertura; 4,53 para o milho com N em cobertura; e 3,17 para o trigo. As maiores produtividade de grãos de soja foram observadas quando a cultura foi semeada após a braquiária e o trigo (4.311 e 4.228 kg ha-1, respectivamente).

Por outro lado, a menor produtividade foi observada no pousio (3.825 kg ha-1). Os tratamentos que propiciaram as maiores produtividades de soja também conferiram maior estabilidade produtiva à cultura durante as sete safras avaliadas. Outro resultado interessante foi que, na média das safras, a soja cultivada após braquiária apresentou maiores teores de proteína nos grãos, comparativamente ao milho com N em cobertura, crotalária e pousio. Nesse sentido, o efeito positivo da braquiária sobre o teor de proteína nos grãos de soja precisa ser melhor investigado.

No que se refere à fertilidade do solo, o cultivo da braquiária ruziziensis por sete anos consecutivos propiciou aumento do teor de carbono orgânico no solo na camada de 0 a 10 cm de profundidade, em relação às demais culturas de entressafra. Isso ocorreu em função da elevada produção de biomassa pela braquiária, sendo uma opção adequada para produção de raízes e palha no outono/inverno em regiões onde a cultura é indicada.

A braquiária também proporcionou aumento do teor de potássio no solo, na camada de 0 a 10 cm, em comparação com o pousio e a crotalária, demonstrando a sua elevada capacidade em ciclar esse nutriente. Além disso, o cultivo na entressafra da soja com espécies que propiciam elevada cobertura do solo com palha também contribui para a redução da erosão e para facilitar o controle de plantas daninhas de difícil controle, como a buva e o capim amargoso, por exemplo.

Mais detalhes sobre a pesquisa podem ser obtidos no artigo disponível AQUI.

Figura 1: Vista geral do experimento em junho de 2023. Londrina, Paraná. Foto: Alvadi A. Balbinot Junior
Por Alvadi Antonio Balbinot Junior, pesquisador da EmbrapaEm parceria com a redação da SNA
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